sexta-feira, 20 de agosto de 2010

QUO VADIS IRAQUE?

A imprensa mundial tem difundido amplamente a notícia de que a «Última brigada de combate norte-americana retira do Iraque», mas talvez o principal continue por dizer.

É certo que esta iniciativa respeita os princípios enunciados por Barack Obama, quando prometeu a retirada das tropas americanas até final de 2011, pois as cinco dezenas de milhar de soldados remanescentes terão como missão o apoio ao exército iraquiano, sem envolvimento directo em acções ofensivas, mas a questão fulcral permanece sem resposta e longe dos olhares mundiais.

Os EUA depois de invadirem um país soberano e de terem destruído as suas estruturas militares e civis, preparam-se para o abandonar sem que as condições mínimas de governabilidade e de sustentabilidade do país pareçam restabelecidas.


Já não é apenas o funcionamento das estruturas de apoio ao bem-estar que está em questão. A potência ocupante que, desrespeitando todas as regras internacionais derrubou o regime de Saddam Hussein, abandona agora os iraquianos sem que no território exista sequer uma forma estável de governo, pois continua por assegurar a formação de um governo na sequência das eleições que tiveram lugar em Março deste ano.

Usando a estratégia de dividir para reinar, de que usou e abusou o Império Britânico, também o Império Americano, depois de ter exacerbado os velhos ódios entre sunitas, xiitas e curdos, se prepara para abandonar as populações à sua sorte.

Deixados à míngua de quase tudo, restará aos iraquianos a solução de se digladiarem entre si até que um novo senhor da guerra emirja, subjugue os restantes e agrade ao poder imperial norte-americano.

Sem comentários: