sexta-feira, 22 de novembro de 2013

ESCADARIAS

A manifestação convocada pelos sindicatos das forças de segurança (PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, ASAE, Polícia Marítima, Polícia Judiciária e polícias municipais) que ontem culminou quando «Polícias invadem a escadaria do Parlamento» foi um óbvio sinal duma generalizada insatisfação que o Governo já deveria ter entendido.

É claro que o sucedido foi previamente concertado com as forças da PSP presentes no local, facto que não reduz o significado, antes o amplia, e reforça a afirmação de que «A violência está à porta», repetida nessa mesma noite por Mário Soares na Aula Magna.


Uma conclusão possível da leitura destas notícias é a de que poderemos estar mais perto do ponto de ruptura do que se julga para os lados de Belém e de São Bento; outra é a de que se começa a perder seriamente o respeito pela prepotência ao ponto de até os segmentos da sociedade encarregues de fazer prevalecer o estado direito já questionarem essa mesma ordem, corporizando na prática a recomendação de que «É preciso “atacar o cinismo dos poderosos”» deixada por Pacheco Pereira no encontro realizado na Aula Magna.

Mas a simbólica invasão da escadaria do Parlamento coloca ainda outro tipo de questões, nomeadamente a de qual irá ser a reacção das forças de segurança perante futuras manifestações no local e de como irá ser “julgado” o episódio do «Estudante detido em protesto frente ao Parlamento», ocorrido 48 horas antes, ou como reagirá a corporação à informação de que o «Director Nacional da PSP pede demissão, Miguel Macedo aceita» desresponsabilizando-se do ocorrido?

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