sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A NOVA OFENSIVA DAS AGÊNCIAS DE RATING

Depois da Comissão Europeia ter admitido que a «Zona euro vai crescer menos do que previsto em 2014», a mais recente notícia que a «Standard & Poor’s volta a descer o rating de França» poderia ser entendida como reflexo da primeira.


Enquanto economia mais débil que a alemã e quando a «Alemanha regista excedente comercial recorde em Setembro», poderia a reclassificação resultar dum reflexo dessa diferença; sucede porém que a explicação adiantada foi a de que a «S&P corta "rating" da França por duvidar de políticas de Hollande», que o mesmo é dizer que a avaliação não resulta de qualquer critério objecto mas, como se pode ler no relatório da S&P, sim da convicção “…de que a abordagem do actual governo francês em relação às reformas orçamentais e estruturais de âmbito fiscal e dos mercados de bens, serviços e de trabalho não é suficiente para melhorar, de forma substancial, as perspectivas de crescimento a médio prazo”.

Depois de se ter concluído que as principais agências de notação de risco (Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s) desempenharam um papel relevante na eclosão e disseminação da crise do “subprime”, subestimando o risco de empresas e produtos financeiros e de pouco ou nada ter sido feito para assegurar que aqueles erros não se repetiriam, que estiveram na primeira linha do processo de desacreditação estratégica do euro através do ataque às dividas soberanas dos países de periferia europeia (Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e Malta), eis que regressam agora apostados na repetição da estratégia, apontando baterias à dívida francesa, não sob a alegação de irrefutáveis indicadores económicos, porque os valores da dívida francesa não são muito diferentes de tantas outras que até à data têm passado incólumes (como a inglesa), mas baseados numa apreciação subjectiva e obviamente discutível.

O que não parece discutível é que o objectivo desta estratégia continua a ser o da desestabilização da Zona Euro e o da imposição dum modelo de desenvolvimento económico profundamente antagónico dos interesses das populações. É natural que ao anúncio da S&P se sigam os da Fitch e da Moody’s (para reforçar a ideia), mas o que não é natural é que as lideranças políticas europeias, no afã de manterem as suas próprias regalias, continuem a pactuar com uma estratégia que culminará na dissolução da União Europeia.

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