domingo, 23 de setembro de 2012

ENTERRADOS EM TODAS AS FRENTES


Absorvidos que temos estado com as manobras do governo de Passos Coelho e a importância da clara resposta popular a uma política não orientada para a resolução dos problemas do endividamento e do défice, corremos o risco de deixar passar alguns acontecimentos no cenário europeu que, esses sim poderão representar um primeiro passo no sentido duma solução.

Enquanto em Lisboa, reunia sob a égide de Cavaco Silva um Conselho de Estado que o mesmo tornara redundante face às declarações proferidas nessa mesma manhã e que mais não fez que confirmar o enterro anunciado da amplamente contestada proposta de revisão da TSU...


...em Itália, «Monti recebe em Roma os primeiros-ministros da Grécia, Irlanda e Espanha», ou seja, os países mais afectados pela chamada crise da dívida da Zona Euro.

Mesmo ignorando-se se Passos Coelho foi ou não convidado a marcar presença – a imprensa não se fez eco da situação – a avaliar pela ausência concreta de qualquer vislumbre de política europeia no programa e na estratégia do actual governo, o mais certo é que Passos Coelho tenha preferido não marcar presença numa reunião que de algum modo poderia beliscar as posições da Alemanha e que afinal se saldou por pouco mais que a reafirmação de que «Samaras, Monti e Rajoy pedem “mais solidariedade na Zona Euro”» e de que «Monti defende maior partilha de soberania».

Posições que, há semelhança do ocorrido dias antes com o discurso onde «Durão Barroso defende “um novo rumo” para uma “federação de Estados-nação”» e com a anunciada iniciativa do BCE,que através do seu presidente «Mário Draghi lança novo programa de compra de dívida», permitem vislumbrar sinais duma tentativa de construção duma resposta política a uma questão que apenas marginalmente é de natureza económica.

O triste, é que ainda e sempre graças a um governo inepto, continuamos afastados dos centros onde, bem ou mal, se começam a desenhar as estratégias de recuperação europeia; no exterior a voz do país apenas se houve para mendigar compradores para as empresas públicas que ainda nos restam, pelo que uma vez mais ficaremos afastados de contribuir para a construção duma solução que obviamente servirá em primeiro lugar aos seus arquitectos.

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