Trinta e seis anos volvidos continua a haver quem (com a mais desavergonhada desfaçatez) a confunda com fazer o que muito bem se quer sem cuidar dos direitos dos outros, mas ainda assim é preferível isso, e a possibilidade de tal denunciar, que ver todo um Povo vergado a um qualquer clima de medo; até quando esse mesmo Povo parece resignado ao infortúnio de continuar a ser mal governado – e esbulhado do orgulho e da vontade de dizer BASTA – e temeroso de uma bancarrota que a incapacidade e os desmandos dos mandantes tornou possível de acontecer.
Trinta e seis anos volvidos continuamos a apresentar um tecido produtivo retrógrado e anquilosado, que nunca se conseguiu libertar dos preconceitos (e das vantagens) corporativistas do condicionalismo industrial, ansioso pela protecção e as benesses de um Estado que quer ver a funcionar à sua imagem e semelhança e visceralmente agarrado a um modelo de baixos salários.
Trinta e seis anos volvidos continuamos a revelar-nos incapazes de fazer funcionar os mais básicos dos mecanismos de equilíbrio social, como sejam um sistema de ensino onde os jovens adquiram efectivas capacidades e competências, um sistema de saúde onde TODOS sejam objecto de cuidados adequados e um sistema de redistribuição da riqueza produzida que efectivamente reduza as desigualdades.
Trinta e seis anos volvidos parece termos esquecido o brilho das alvoradas e a capacidade de sonharmos…mas nem todos, de quando em vez sempre se vai ouvindo uma ou outra voz que lembra (para escândalo e pronto repúdio dos Novos Senhores) que a LIBERDADE ESTÁ A PASSAR POR AQUI!
Sem comentários:
Enviar um comentário