Mesmo sem considerar as declarações que o próprio Constâncio fez ao I[2], que podem levar a crer que a sua disposição para “emigrar” terá sido fruto das controvérsias que nos últimos anos envolveram o Banco de Portugal no seu papel de supervisão do sistema bancário português, já anteriormente este desvalorizara o processo de candidatura referindo que a escolha é principalmente consequência de um processo de negociação política, facto que (verdade se diga, alguma imprensa nacional não escondeu[3]) pelo que todo este “embandeirar em arco” assume proporções perfeitamente ridículas.
Mas o cúmulo surge quando, através do mesmo jornal ficamos a saber que o PSD congratula-se com nomeação de Constâncio; o mesmo PSD que não deixou de aproveitar a acção do Banco de Portugal (e de Vítor Constâncio) ainda a propósito dos casos BCP, BPN e BPP, para criticar o governo e pedir a demissão de Vítor Constâncio do cargo de Governador.
Exagero, absoluta falta de vergonha ou total ausência de convicções é o mínimo que se pode dizer de tudo isto!
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[1] Designação pela qual é conhecido o Conselho para os Assuntos Económicos e Financeiros da União Europeia, o qual reúne os ministros das finanças dos estados-membros; este conselho, cujas decisões são tomadas por maioria qualificada, exerce um poder legislativo em matérias económico-financeiras, muitas vezes em conjunto com o próprio Parlamento Europeu.
[2] A notícia em causa pode ser lida aqui.
[3] A título de exemplo refira-se outro artigo do PUBLICO intitulado «Constâncio eleito para o BCE no interesse da Alemanha».
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