sábado, 12 de abril de 2014

INDICADORES

A leitura dos jornais que nos últimos dias anunciaram as perspectivas primaveris do FMI (World Economic Outlook) poderia muito bem resultar numa apreciação cautelosa, como a sugerida pelo caricaturista Luís Afonso.


Ao razoável optimismo, que levou o DN a escrever que «FMI revê em alta crescimento de 0,8% para 1,2%», contrapõe o NEGÓCIOS que o «FMI mantém previsão de crescimento de 1,5% para Portugal em 2015», para não falar na mais realista afirmação do I quando assegura que o «FMI não prevê mais que uma recuperação angustiante». Em resumo, a aparente melhoria transmitida pela revisão em alta da previsão que o FMI estimara em Janeiro num crescimento de 0,8% para o corrente ano, tem que ser ponderada pelo arrefecimento que significa manter a previsão de 1,5% para 2015.

Nada de estranho quando em simultâneo o mesmo «FMI volta a pedir ao BCE mais medidas para evitar deflação» ou quando anuncia uma «Retoma moderada na Europa, mas ainda com risco de 20% de deflação», que o mesmo é dizer que as previsões agora anunciadas estarão sujeitas a um elevado grau de incerteza, esboroando toda a euforia que pudesse ter transmitido a afirmação que o «FMI confirma crescimento de 1,2% para Portugal em 2014», tanto mais que as previsões atribuem à nossa economia um crescimento dentro da média da UE e francamente abaixo do necessário para representar um verdadeiro efeito positivo na redução do peso da dívida.

Das leituras feitas destaca-se pela positiva uma do EXPRESSO, dizendo que o «FMI quer BCE mais agressivo para tirar zona euro da crise», a qual pode ser entendida como aproximação às teses que defendem a revisão do papel do BCE e a arquitectura da moeda única e indicador de que ao contrário do discurso oficial sempre existiram alternativas… não tem é havido vontade política em aplicá-las!

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