quinta-feira, 3 de abril de 2014

DE PÉ ATRÁS

Analisada à luz da actuação do governo de Passos Coelho e na data em que foi lida – 1 de Abril –, a notícia de que «Fuga de cérebros pode causar “sérios danos à economia nacional”, admite relatório do Governo» só poderia ser, a par doutras...



..., englobada no leque das tradicionais brincadeiras do Dia das Mentiras.

Sucede porém que a fonte foi o Relatório Anual de Segurança Interna de 2013, produzido por um departamento governamental, o Sistema de Segurança Interna, tutelado pelo Ministério da Administração Interna dum governo que se tem mostrado convictamente empenhado em aniquilar quaisquer expectativas de futuro para os cidadãos e em especial para os mais jovens, opção que levou o físico e ensaísta Carlos Fiolhais a afirmar que «"Se há governantes que não querem cidadãos, era melhor irem eles embora"».

A evidência da completa ausência de políticas orientadas para o estímulo à criação de emprego foi recentemente reforçada com os últimos dados do EUROSTAT confirmando que o «Desemprego jovem chega aos 35% enquanto taxa global fica em 15,3%», o que significa uma estabilização da taxa de desemprego e o arrefecimento do entusiasmo no cenário duma recuperação económica caracterizada pelos próprios agentes políticos como «"A vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor"», como se o bem-estar dum país fosse dissociável do dos seus cidadãos.

Mas a imagem de acentuada deterioração das condições sociais e de trabalho no país é ainda confirmada pelo recentemente publicado Boletim Estatístico do Emprego, quando se constata que o número de «Sectores dependentes do salário mínimo mais do que duplicaram desde 2011», que evidenciando uma tendência para a redução dos salários confirma a triste realidade dum país onde já se empobrece trabalhando…


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