quarta-feira, 15 de agosto de 2007

INFORMAÇÃO E DESINFORMAÇÃO EM TORNO DO NAL

Para o pior e para o melhor parece continuar a “guerra” de informação em torno do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL).

As “hostilidades” mais recentes foram abertas pelo semanário SOL que há dias publicava a notícia que o «Governo congela projecto do aeroporto da Ota», que prontamente o DN contra atacou informando que os «Estudos sobre a Ota afinal prosseguem». Para desempatar esta indecisão, o próprio DN veio noticiar que «Cidadãos insistem em referendo à Ota e TGV», confirmando (ou repetindo) o que o PORTUGALDIÁRIO escrevera na véspera: «Aeroporto e TGV: Grupo do norte quer referendo».

Com tudo isto, talvez os mais incautos (ou crédulos) pensem que se está a fazer um efectivo esforço para debater questões tão importante como o investimento de milhares de milhões de euros em infraestruturas de duvidosa rentabilidade e cada vez mais nebulosa necessidade; porém o que realmente está a acontecer é uma mera campanha de desinformação.

Na ausência de argumentos para enfrentar os críticos recorre-se a todo o “arsenal” de meios (e eles são bem vastos); desde pôr a circular a informação de que o projecto contestado está “parado”, até avançar com propostas absurdas como a da convocação de um referendo nacional, sem esquecer o “lançamento” de notícias paralelas, como a da incapacidade para o processamento de bagagens no Aeroporto da Portela, que possam funcionar como justificação para o que se revela cada vez mais difícil de justificar.

Analisando friamente estas três novas vertentes da “batalha”constata-se que a primeira, apresentando a nítida vantagem da criação de um efeito de euforia e de alívio, não resiste a uma observação mais cuidada do seu conteúdo. Segundo o SOL «…o ministro das Obras Públicas deu ordens expressas à NAER – a empresa que está a gerir o novo aeroporto – para não avançar com mais nada relativo à Ota, enquanto o Executivo estiver a estudar uma nova localização, em Alcochete»; o mais nada é apenas o estudo de impacte ambiental da Ota (o tal que o Governo dizia ser mais favorável que o de Rio Frio) e o concurso para o plano director do futuro aeroporto naquela zona e até pode tratar-se de uma mera medida de bom-senso e de redução de custos, caso a opção escolhida não seja aquela. Isto mesmo é confirmado no corpo da notícia com que o DN veio desmentir o SOL.

A segunda frente de batalha é bem mais perigosa, porque sugerindo o lançamento de uma iniciativa que apela ao lado anti-partidos dos cidadãos estará a direccionar o debate de uma questão de natureza técnica para a esfera política, na qual nunca registará qualquer conclusão – é praticamente impensável que os partidos com assento parlamentar se disponham a envolver-se num processo referendário de uma matéria que exigiria um grande debate e um profundo conhecimento das matérias em questão. Ora sendo a política a arte de lidar com o aparente, como é que alguém de bom senso espera que semelhante estrutura se disponha a concretizar algo que está completamente fora das suas capacidades. Debater questões ligadas à avaliação de custo-benefício de um projecto de investimento está totalmente fora da esfera de acção de agrupamento político. O próprio argumento invocado pelos autores da proposta de que o debate não conduzirá a nenhum consenso técnico ou político é profundamente falacioso se atentarmos nos resultados dos referendos realizados nos últimos anos em Portugal – os famigerados níveis de abstenção determinaram que nenhum fosse vinculativo e, tudo o indica, este não deveria ser diferente.

Por mais salutar e democrático que possa ser o instituto do referendo, a sua utilização só ganha sentido em universos onde a participação dos cidadãos seja uma realidade.

Por último, uma referência à terceira vertente de notícias – a que vem propalando aos quatro ventos a incapacidade do Aeroporto da Portela processar as bagagens dos passageiros que serve. Se lermos atentamente outros órgãos de informação estrangeiros (até de países onde não decorre qualquer “guerra” em torna da construção de um novo aeroporto) constatamos que são frequentes e regulares as notícias sobre idêntica situação em muitos outros aeroportos, não devendo ser estranha a esta situação as habituais estratégias de redução de custos (leia-se redução de pessoal) tão na moda entre os modernos gestores; a assim ser a “crise” das bagagens não passará de mais uma manobra de diversão, pouco ou nada tendo a ver com o famigerado “esgotamento” do aeroporto.

Com todo este “fumo”, quase passava em claro uma notícia bem mais construtiva e informativa, onde era citado o engenheiro Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico, que afirma que uma parte considerável da área de implantação do aeroporto da Ota é constituída por lodos sem capacidade de suporte de cargas o que implicaria a construção de cerca de 235.000 estacas de brita para solidificar o solo; além disso, para minimizar os riscos sísmicos, os terrenos teriam que ser aplanados o que significaria movimentar cerca de 51 milhões de metros cúbicos de terra, nas suas próprias palavras: «…encher um camião de terras de oito em oito segundos durante três anos, incluindo fins-de-semana e feriados», algo que define como tendo custos demasiado elevados.

Aqui e no tal “esgotamento” da Portel é que está o verdadeiro cerne da questão em torno da opção pela construção do NAL: se a Portela está esgotada será preciso construir um aeroporto de substituição ou um de complemento?

Aos técnicos e ao governo cabe a resposta, mas uma resposta que não insulte a inteligência dos portugueses, que não sirva apenas para satisfazer o ego dos governantes de circunstância e que não esqueça que o país não dispõe de meios financeiros para custear mais obras faraónicas.

2 comentários:

antonio ganhão disse...

Eu proponho que se faça o aeroporto na OTA (gosto de apostar no cavalo do chefe da máfia) e depois se inicie um debate sério e alargado!

Unknown disse...

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