quarta-feira, 9 de maio de 2018

O FIM DO ACORDO NUCLEAR COM O IRÃO


Não foi surpresa saber que o presidente «Trump anuncia que os EUA estão fora do acordo com o Irão». Esta foi uma decisão anunciada ainda durante a campanha eleitoral cujo real objectivo estará mais longe da questão nuclear do que aparenta. Os EUA não hesitaram em afrontar a opinião generalizada, ignoraram que a «Agência de Energia Atómica confirma que Irão cumpre o acordo» assinado em 2015 e naquele falajar hiperbólico a que nos vai habituando «Trump decide sair do acordo “podre” com o Irão e anuncia sanções “mais poderosas” de sempre».

No fundo e enquanto assegura que pretende alargar o âmbito de um novo acordo a outros tipos de armamento, pretenderá transmitir uma ideia de “durão” para o encontro que se avizinha com Kim Jong-un, mas para já tudo o que terá alcançado é um agrado aos seus amigos dos combustíveis fósseis, pois o «Divórcio entre EUA e Irão leva petróleo para máximos de quatro anos» e a oportunista «Arábia anuncia medidas para evitar escassez de petróleo».



No fundo tudo o que Trump já conseguiu foi alinhar ainda mais os EUA com os interesses duma Arábia Saudita, que pretende disputar a hegemonia regional com o Irão, e agravar as tensões num Médio Oriente onde Benjamin Netanyahu, o «PM israelita diz que é preferível enfrentar Irão agora do que mais tarde».

Repetindo o reiterado desrespeito pelas organizações internacionais, nomeadamente pelas que procuram regular o uso da energia nuclear, alinhando-se declaradamente a favor duma das nações que procura dominar uma região estrategicamente vital pela sua riqueza em hidrocarbonetos e alimentando os anseios bélicos do regime israelita (estado que nunca assumiu o facto de possuir um arsenal nuclear), bem pode agora dizer-se que a «Comunidade internacional tenta salvar acordo com o Irão» quando o cenário se avizinha cada vez mais negro quando a «Arábia Saudita diz que vai desenvolver arsenal nuclear se o Irão o fizer».

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