quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

G.∙.A.∙.U.∙. ou GRANDE AMIGO URDIDOR

Há dias assim… depois de tanto ouvir falar no dilema maçónico (dizer ou não dizer…), acho que acordei hoje irónico!

Irónico e profano, tanto quanto o pode ser alguém que não respeitando as obediências próprias dos seguidores do Grande Arquitecto do Universo…


…permito-me a ironia descomprometida que tantas vezes justificam azares e demais infortúnios – como os que parecem abater-se sobre a maioria deste povo que há décadas sofre a desdita de ser governado por conformistas incompetentes (para usar uma feliz expressão de Boaventura Sousa Santos) – e à semelhança da pouca sorte própria dos apostadores na Lotaria Nacional, apenas logrei a terminação.


Ao contrário, quem parece ter acertado num verdadeiro jackpot do Euromilhões (para mantermos a comparação com os jogos da Santa Casa) foi o “velho” conhecido Eduardo Catroga, que contemplado com a prebenda dum lugar de chairman na EDP pode encarar o futuro com uma tranquilidade que a crise e a parca reforma de aproximadamente 20 salários mínimos nunca poderiam assegurar.

Para que o “velho” senhor se não sinta demasiado desacompanhado, o primeiro-ministro, que prometeu não repetir o vergonhoso processo de nomeações partidárias em que o seu antecessor (e os antecessores deste) se envolvera, qual Grande Amigo Urdidor, propõe-se fazê-lo acompanhar de um naipe de honoráveis desconhecidos composto por Celeste Cardona, Paulo Teixeira Pinto, Rocha Vieira, Braga de Macedo e Ilídio Pinho, personalidades que se a priori não parecem associadas ao fenómeno maçónico nem por isso deixam de apresentar outras ligações, quase tão nebulosas quanto aquela (Paulo Teixeira Pinto com a Opus Dei e Braga de Macedo com a Trilateral), ou pior, de uma simples lógica partidária e de claro favorecimento (a ex-ministra e ex-administradora da CGD Celeste Cardona, o ex-governador de Macau Rocha Vieira, o ex-ministro Braga de Macedo, o ex-secretário de estado Paulo Teixeira Pinto e Ilídio Pinho, o ex-“patrão” de Passos Coelho) que novamente revelam a estatura moral e ética de nomeadores e nomeados.

Claro que prontamente se fizeram ouvir algumas vozes e nem todas tão polidas quanto a de António Seguro (o líder do PS) que apenas recordou um possível conflito de interesses entre quem negociou a venda da EDP e quem agora irá representar o novo dono.

E a propósito doutras vozes, ainda e sempre por mera ironia, estou a recordar-me que o ex-primeiro-ministro Francisco Pinto «Balsemão defende esclarecimento sobre as sociedades secretas», esquecendo-se que ele próprio é membro (e bem antigo) do não menos secreto e inconfessável Clube Bilderberg [1].
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[1] Sobre o Clube Bilderberg ver os “posts” «NÃO DIGAM A NINGUÉM…» e «BILDERBERG 2009».

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