quinta-feira, 18 de julho de 2019

DESCOBRIR A SAÍDA


Continua a escrever-se muito (e ainda mais a falar-se) sobre a CGD, o seu crédito malparado e a comissão de inquérito à sua gestão que terminou com a provação de um relatório consensual, assim gorando o desejo do PSD de ver expressa a menção a indícios claros de gestão danosa e deixando a ideia que nada de fundamental estará errado, bastando ligeiras correcções para tudo voltar ao rumo certo.


Claro que os prejuízos acumulados em grandes operações de crédito aprovadas à revelia das mais elementares regras prudenciais são uma realidade e que os maiores terão ocorrido durante o consulado de Santos Ferreira e Armando Vara, mas não será menos verdade que sucessivos governos exerceram de forma “deficiente” o seu dever de tutela e ainda menos que a supervisão do Banco de Portugal terá sido anódina, para não dizer anedótica.

Mas o mais confrangedor nem sequer será assistirmos ao habitual jogo político do “passa culpas”, antes à completa improcedência das sucessivas comissões de inquérito sobre o sector financeiro nacional que sempre primaram por nunca apontar uma única medida de actuação prática, como se o problema alguma pudesse ser resolvido dentro do actual enquadramento político-económico de matriz neoliberal e de desregulamentação das actividades económicas. 

Sabendo-se que os prejuízos para a economia induzidos pelo sector financeiro já atingem quase os 17 mil milhões de euros e após várias comissões parlamentares de inquérito à banca era mais que tempo de serem tomadas medidas efectivas para minimizar aquele tipo de problemas. As hipóteses são conhecidas, passam por uma separação entre as actividades bancárias de natureza comercial e as de investimento e/ou especulação, a limitação à capacidade de criação de moeda pelos bancos e uma efectiva regulação pelo Banco Central, venha a vontade (ou a coragem) política para as implementar!

Sem comentários: