Continua
a escrever-se muito (e ainda mais a falar-se) sobre a CGD, o seu crédito malparado
e a comissão de inquérito à sua gestão que terminou com a provação de um relatório
consensual, assim gorando o desejo
do PSD de ver expressa a menção a indícios
claros de gestão danosa e deixando a ideia que nada de fundamental estará
errado, bastando ligeiras correcções para tudo voltar ao rumo certo.
Claro que os prejuízos
acumulados em grandes operações de crédito aprovadas à revelia das mais
elementares regras prudenciais são uma realidade e que os maiores terão
ocorrido durante o consulado de Santos Ferreira e Armando Vara, mas não será menos
verdade que sucessivos
governos exerceram de forma “deficiente” o seu dever de tutela e ainda menos
que a supervisão do Banco de Portugal terá sido anódina, para não dizer
anedótica.
Mas o mais confrangedor
nem sequer será assistirmos ao habitual jogo político do “passa culpas”, antes à
completa improcedência das sucessivas comissões de inquérito sobre o sector
financeiro nacional que sempre primaram por nunca apontar uma única medida de
actuação prática, como se o problema alguma pudesse ser resolvido dentro do
actual enquadramento político-económico de matriz neoliberal e de desregulamentação
das actividades económicas.
Sabendo-se
que os prejuízos
para a economia induzidos pelo sector financeiro já atingem quase os 17 mil
milhões de euros e após várias comissões parlamentares de inquérito à banca
era mais que tempo de serem tomadas medidas efectivas para minimizar aquele
tipo de problemas. As hipóteses são conhecidas, passam por uma separação entre
as actividades bancárias de natureza comercial e as de investimento e/ou especulação,
a limitação à capacidade de criação de moeda pelos bancos e uma efectiva
regulação pelo Banco Central, venha a vontade (ou a coragem) política para as
implementar!
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