domingo, 1 de julho de 2018

AS COISAS FICAM DIFÍCEIS


Mais uma cimeira europeia e o mesmo resultado de quase sempre... Perante os mais variados cenários, os problemas de fundo continuam a ser adiados e até os mais prementes registam soluções que pouco mais fazem que adiar tudo para outra ocasião.


No campo do euro continuam as soluções experimentais, sem grande fundamento e menor efeito estrutural, enquanto as hipóteses de verdadeira e profunda reforma da moeda-única – alteração do papel do BCE para o de verdadeiro emissor de moeda e financiador directo dos estados e a criação dum verdadeiro orçamento comunitário – continuam a se preteridas por estas pseudo-soluções.

Desta vez a desculpa foi a crise das migrações, que continua a centrar as atenções dos governos, servindo a uns de pretexto para endurecer as regras de mobilidade e a outros para a continuação das suas campanhas xenófobas, mas nem isso originou qualquer proposta de actuação além da repetição da solução turca (pagar aos países fronteiriços com a UE para estes reterem os migrantes).

Claro que as mudanças de governo em alguns estados-membros espelham o crescimento dos movimentos populistas e anti-imigração etronam ainda mais difícil a cosntrução duma solução duradoura que passasse, por exemplo, pela criação de condições económicas e sociais nos países de origem dos imigrantes por forma a reduzir a natural atracção da Europa para os seus naturais. Mas isso exige dinheiro – o que só será possível quando houver orçamento comunitário e o BCE passar a financiá-lo directamente – e, claro, uma verdadeira vontade de resolver o problema em lugar de o usar como manobra de propaganda eleitoral.

Como as lideranças da UE continuam a revelar o mesmo tipo de tibieza a que já nos habituaram e as tempestadas que nos rodeiam (reais e imaginárias) continuam a engrossar, resta aos cidadãos europeus assistir ao esboroamento daquilo que podia ter sido uma boa ideia.

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