quarta-feira, 11 de julho de 2018

AINDA O BREXIT


A nove meses da data de conclusão do processo do Brexit e quando as negociações entre Londres e Bruxelas continuam sem dar sinais francamente positivos, eis que surge a notícia da demissão do ministro britânico do Brexit, logo seguida da do ministro dos negócios estrangeiros, Boris Johnson.


Quando cresce a sensação que a UE já se está a preparar para uma saída sem acordo, eis que as figuras britânica da linha dura se afastam do processo e deixam evidente o extremar de posições entre os conservadores, divididos entre uma saída que mantenha o Reino Unido na órbita da União Europeia e a confirme como o principal parceiro comercial dos britânicos (a chamada saída suave) ou uma saída mais agressiva, que permita ao Reino Unido procurar alianças (comerciais, mas também de outra ordem) noutras regiões do globo, quebrando a maioria dos laços económicos entre os britânicos e a UE.

Embora parecendo mais fácil (e natural) a opção pela saída suave (a que permitiria manter as ligações com a UE e a que seria seguramente menos onerosa), os defensores da linha dura parecem continuar a apostar num futuro entendimento privilegiado com os EUA, mesmo quando estes avolumam os sinais de crescente proteccionismo.

Do ponto de vista de Boris Johnson e dos “brexiters” (entre os quais se conta Dominic Raab, o novo ministro para o Brexit), continuará a fazer sentido a política do “quanto pior, melhor” ou então tudo se resumirá a uma “golpada” que leve à demissão do governo e à ascensão de Boris (uma euro-versão de Trump, cujo nível de demagogia já o levou a avisar que o Reino Unido pode acabar como colónia da UE) à liderança do próximo governo britânico... se os tories (designação popular dos conservadores) ganharem as eleições que se adivinham, quando já se anuncia que «Nigel Farage pode voltar a liderar eurocépticos do UKIP se Brexit “não entrar nos eixos”».

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