segunda-feira, 19 de junho de 2017

ELEIÇÕES EM FRANÇA

Realizou-se ontem a segunda volta das eleições legislativas em França onde o resultado foi um «Recorde de abstenção e maioria para Macron»; nada de inesperado, salvo talvez o reconhecimento de que os «Franceses recusam dar cheque em branco ao Presidente Macron».

A já esperada vitória da nova formação política liderada por Emmanuel Macron poderá explicar em parte aqueles resultados, mas a generalização da tendência de aumento crescente da abstenção não pode ser explicado apenas pela antecipação dos resultados pois este é um fenómeno que parece cada vez mais generalizado.


Para comentar uma abstenção superior a 57% - um novo record, como escreveu o LE MONDE – é preciso ir além do óbvio (como a longa maratona de eleições regionais, das primárias dos partidos e das recentes presidenciais) e lembrar que entre a 1ª e a 2ª volta os votos brancos e nulos aumentaram 400%, algo que reforça a questão sobre a real legitimidade da consulta eleitoral ou, como escreveu aqui o semanário francês “L’OBS”, a falta dum candidato mobilizador...

Em resumo, os franceses foram às urnas escolher uma Assembleia Nacional favorável a Macron, mas desprovida do cheque em branco que este desejaria.

Não fosse a enorme abstenção, que graças aos sistemas eleitorais em pouco ou nada penaliza os partidos do poder, e talvez estivéssemos agora a comentar o sinal de maturidade dos eleitores franceses; assim, continuamos a tentar compreender o que está a levar ao alheamento dos eleitores e aqueles que o fomentam continuam a beneficiar do “crime”.

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