Na sessão de
abertura do Fórum Banca 2016, promovido pelo Jornal Económico, o Governador do
Banco de Portugal, Carlos Costa, elencou «Os
erros que a banca não pode voltar a cometer», assim sintetizados:
- excesso de crédito arriscado;
 - concessão de crédito para compra de
     participações sociais;
 - subavaliação do risco de crédito e
     maximização da concessão de crédito para obter resultados no muito
     curto prazo;
 - financiamento de sectores demasiado
     dependentes da capacidade de endividamento dos clientes;
 - excesso de financiamento a empresas
     com baixos capitais próprios;
 - demasiado crédito a particulares
     com elevada exposição ao ciclo económico;
 
mas pouco ou
nada disse sobre a forma de corrigir esses erros. Claro que não deixou de
lembrar que «Os
bancos “não são uma empresa qualquer”», mas não o afirmou para sustentar o
endurecimento das regras de supervisão nem para defender qualquer alteração
significativa.
Tal como referi
no comentário que fiz a um paper de Carlos
Tavares (ver o post «AINDA
A ECONOMIA DE CASINO»), repete-se aqui a situação em que a uma avaliação das
causas não sucede nenhuma conclusão construtiva, nem sequer uma proposta para a
resolução do crédito malparado, que o próprio Banco de Portugal estima em 21
mil milhões de euros.
De forma quase
asséptica, Carlos Costa branqueia a responsabilidade dos banksters nacionais (os mesmos que acusa de terem concedido demasiado
crédito de alto risco, quando não destinado a meras manobras de concentração
accionista, e orientado para ganhos imediatos, ou seja altamente especulativos)
e na qualidade de regulador dum sector económico que se arroga um estatuto
especial escuda-se atrás do argumento daquele não ser um problema exclusivamente
nacional para repetir a táctica de “assobiar para o lado” e sair o melhor
possível na “fotografia de família” que perpetuará certamente mais este
areópago de especialistas financeiros.

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