sábado, 10 de setembro de 2016

O FRACASSO DA INTEGRAÇÃO EUROPEIA

A integração da Europa de Leste, no conjunto da política de alargamento aos países do bloco soviético, constitui o maior fracasso dos últimos 30 anos do modelo de integração europeia. Esta política essencialmente impulsionado pela ganância das empresas da Europa Ocidental (e dos EUA) tem sido aplicada à custa da integração política do continente como um todo e especialmente das populações de leste, cuja baixa participação nas eleições europeias é tantas vezes mencionada mas nunca relacionada com a não menos referida grande ansiedade regional para entrar na UE. O flanco oriental da UE é agora uma manta de retalhos de países movidos por motivações diversas, integrados em diferentes graus e divididos por interesses de todos os tipos, o que conduz a que os riscos de desintegração e conflito sejam enormes e ameacem o projecto europeu, muito mais que a saída do Reino Unido.


A crise euro-russa de 2014 criou as condições para o desmembramento desta região, agora dividida entre inúmeros interesses e diferentes perspectivas de futuro e onde a ascensão da extrema-direita, coincidindo precisamente com 2014, é apenas mais um reflexo das disparidades económicas e sociais que proliferam na UE. A consciência destes perigos deveria deixar antever que os europeus acabassem rapidamente com as sanções contra a Rússia, tanto mais que aquelas se revelaram pouco eficazes e altamente contraproducentes para as economias da periferia europeia. Se não o fizerem, o desmembramento desta região será acompanhado duma explosão de tensões locais e entre a Europa e a Rússia. Explosão cujo detonador poderá situar-se algures numa região balcânica claramente envolvida na equação.

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