sábado, 13 de agosto de 2016

CONTINUAMOS A ARDER...



A crer no que se lê e ouve na imprensa estará brevemente em curso um grande debate nacional sobre a problemática dos incêndios florestais.

Claro que todos vimos anualmente as imagens da floresta a arder, mas parece que o verdadeiro catalisador foram as do Funchal em chamar, que terão despertado outras consciências e originando declarações de responsáveis governativos que apontam uma mudança no modelo de abordagem dos fogos de Verão.


Será mesmo de tomar como sólidas as declarações onde a Ministra da Administração Interna sugere que terras abandonadas tenham "utilização comunitária" ou onde o Ministro da Defesa considera inevitável que Força Aérea venha a ter capacidade para combater fogos?

Se assim for, o presságio duma efectiva mudança no processo de ordenamento do território (quer através da introdução de novos planos de reflorestação, quer através duma política de ocupação de solos não orientada por interesses particulares) poderá constituir um sinal de evolução, tanto mais que o ex-secretário de Estado no Ministério da Administração Interna liderado por António Costa, «Ascenso Simões assume “erro grave” nas decisões de há dez anos» que, preterindo um estratégia de prevenção levaram a que hoje «80% dos gastos são com o combate».

Começando-se agora a questionar a real utilidade duma solução alicerçada na contratação de meios privados de combate aos incêndios florestais, na linha do que já fez o actual secretário de Estado no Ministério da Administração Interna quando admitiu que «“A indústria do fogo dá dinheiro a muita gente”», e a perguntar o que esperam os decisores quando os especialistas – como o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas – asseguram que a «Força Aérea pode reassumir combate e poupar dinheiro»; daqui a um ano veremos o que se progrediu...

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