sábado, 12 de março de 2016

NEM “SES” NEM “MAS”

A crer nos meios de comunicação nacional a semana que agora termina teria ficado marcada pela tomada de posse do novo Presidente República e pela era de esperança que prometeu abrir – se é que é isso que pretendeu ao afirmar que «"Temos de cicatrizar feridas destes tão longos anos de sacrifícios"» –, mas por mim prefiro destacar a evidente diferença de actuação entre o actual e o anterior governo no que respeita ao relacionamento com Bruxelas.

No início da semana o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, fez saber que era convicção da Comissão Europeia que, relativamente ao OGE em vias de aprovação, as medidas adicionais “têm de ser implementadas”, relançando a esperança de quem ainda espera ver alterado aquele OGE e o descrédito sobre o governo de António Costa.


Perante a reafirmação vinda de Bruxelas de que «Medidas orçamentais adicionais são mesmo para ser implementadas» e que Pierre «Moscovici vem a Lisboa discutir plano B com Costa e Centeno», António Costa manteve a mesma linha de discurso reafirmando que «Nada indica que sejam necessárias medidas adicionais» ou «Costa insiste que "não há nenhum plano B"» e no final da visita o comissário lá teve que admitir que Bruxelas não interfere nas decisões do Governo, apenas dá conselhos...

Mesmo que nada disto garanta o bom rumo da execução orçamental – alguém se recorda do último orçamento que não teve rectificativos ou cumpriu o que nele se projectava – sempre ressalta a clara diferença de postura entre quem se submete caninamente aos ditames dos “poderosos”, ou quem tenta fazer valer as suas ideias e os seus princípios.

Não estou seguro se, como garantia o EXPRESSO, Marcelo Rebelo de Sousa vai ser o anti-Cavaco, mas ao que tudo indica Costa está a conseguir ser um anti-Passos Coelho!

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