segunda-feira, 25 de abril de 2011

QUANDO UM HOMEM QUISER...


Quando um Homem quis, as portas de Abril abriram-se e trouxeram a liberdade de expressão!

Quando um Homem quis, as portas de Abril abriram-se e trouxeram o fim duma guerra insustentável do ponto de vista moral e financeiro e alguma melhoria nas condições de vida da maioria da população portuguesa!

Quando um Homem quis, as portas de Abril abriram-se e trouxeram o alargamento da escolaridade obrigatória e um Sistema Nacional de Saúde que, teoricamente, deverá responder às necessidades de todos!

Quando um Homem quis, as portas de Abril abriram-se e trouxeram uma lufada de ar fresco e a esperança de podermos decidir o nosso próprio futuro...

Mas, as portas que então se abriram, também trouxeram o oportunismo político, o arrivismo económico e toda uma sobrelevação dum conjunto de valores individualistas (neoliberais) que pouco a pouco, com a complacência ou o silêncio de todos nós, se foram instalando e corroendo o que de melhor experimentámos depois de Abril; trouxeram, é certo, a adesão à CEE (agora uma UE corroída por aquelas ideias e que perdeu já os ideais de concorrência saudável, de cooperação e de solidariedade que estiveram na sua origem), da mesma forma que antes tinham trazido o FMI.


E é de novo sob a tutela do FMI (agora acolitado pelo FEEF e pelo BCE) que vamos assinalar mais uma passagem do calendário, afundados numa tripla crise económica, política e de valores, com uma comunicação social fechada à difusão de tudo o que possa constituir alternativa ou entrave ao principal responsável pela situação que atravessamos: o modelo neoliberal de distribuição da riqueza.

À geração que ajudou a abrir as portas que Abril abriu quase só parece restar a esperança que a geração seguinte leve avante a ideia que um grupo de jovens exprimiu sob a forma do manifesto "O Inevitável é Inviável"...


e, quando um Homem quiser, volte a reabrir as portas que nos tragam um Homem Livre.

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