quarta-feira, 18 de maio de 2016

HUMORES

As notícias dos últimos dias em torno da questão da aplicação de sanções por défice excessivo, nomeadamente ao ser conhecido que o «PPE pediu “força máxima” nas sanções a Portugal», continuam a evidenciar a transformação da UE num centro de pressão política que voga ao sabor doutros interesses que não os dos povos europeus.


Depois de nos últimos dias as notícias em torno da questão da aplicação de sanções por défice excessivo terem variado entre as hipóteses em que «Bruxelas está a considerar a possibilidade de sanções para Portugal e Espanha» ou a de que a «Violação do limite do défice pode não dar sanções», eis que saiu hoje a decisão onde «Bruxelas exige mais medidas para reduzir défice e adia sanções até Julho»... como se o desrespeito pela meta do défice não se reportasse a 2015 ou se esta tivesse a primeira e única vez em que um qualquer estado-membro tivesse incumprido aquela meta.

O estrabismo político dos dirigentes europeus está a atingir dimensões perigosas – clara afronta ao princípio do respeito e da igualdade entre estados – a ponto de até os correlegionários nacionais do PPE («Passos e Maria Luís contra sanções da UE») terem manifestado oposição a semelhante ideia, se é que não o fizeram por mero tacticismo, pois o sancionamento representa uma clara declaração de fracasso da política que estes aplicaram por imposição dos “amigos” de Bruxelas.

Adiando a decisão para data posterior às eleições espanholas, a nomenklatura comunitária volta a repetir a mesma táctica que usou contra Atenas e da qual resultou uma vitória eleitoral do Syriza; será que esperam ver agora um resultado diferente ou são apenas genuinamente incompetentes para compreender que pouco a pouco os povos se vão revoltando contra os diktats neoliberais?

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