quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

OUSAR PENSAR DIFERENTE

Os tempos que temos vivido e que conheceram o seu apogeu com o governo Passos Coelho/Paulo Portas estão ainda longe de se verem varridos para os confins das más memórias.
Não enfileirando nos rol dos que alimentam grandes esperanças no futuro próximo, tão profunda e marcante tem sido a acção destruidora daqueles que outra coisa não têm feito salvo propalar a inexistência de alternativa às suas ideias, sempre vou assinalando aqui ou ali os sinais de diferença que apesar dos poderes instalados lá vão surgindo.

Exemplo disso é uma recente notícia do EXPRESSO segundo a qual a «Finlândia estuda atribuição de salário mínimo garantido a todos os cidadãos», no que aparenta constituir uma completa inversão do tão aplaudido discurso populista do “vai trabalhar, malandro” e que se aproxima duma ideia antiga que abordei no “post” «A CRISE, O EMPREGO E O RENDIMENTO» onde a advoguei em alternativa a um aumento generalizado dos salários e enquanto medida de justiça social.


A medida em estudo pelo governo finlandês é apresentada como de combate ao desemprego e uma forma de simplificar o sistema de segurança social e, claro, criticada por quem acredita que terá o efeito exactamente oposto.

Como escrevi em 2009, no “post” referido, a ideia não é nova nem inédita pois encontra-se em aplicação (nem mais, nem menos...) na própria pátria do capitalismo moderno: os EUA. Num dos seus estados (o Alasca) existe um fundo alimentado pelas receitas das concessões petrolíferas, o Alaska Permanent Fund, que distribui anualmente o seu rendimentos pelos habitantes daquele o estado. Criado com o objectivo de ajudar a fixar muita da mão-de-obra deslocada para o Alaska durante o período de instalação das infraestruturas destinadas à exploração petrolífera, funcionará hoje como importante agente redistribuidor da riqueza local.

Ainda decorrerá muito tempo até que algo resulte deste debate, mas como escrevi a propósito da questão dum novo «PARADIGMA DO EMPREGO» e da necessidade de equacionarmos novas abordagens para o problema da redistribuição da riqueza, comprovado que está o fracasso da famigerado política da “austeridade expansionista”, o tempo urge e os erros cometidos acumulam-se sem que se perfile de forma clara uma a indispensabilidade dum nova forma de pensar os problemas antigos.

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