quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

RESTAURAÇÃO

É desta forma que se designa o movimento que executado no dia 1 de Dezembro de 1640 garantiu uma situação única na Península Ibérica, onde Portugal continua uma nação não subordinada a Castela.

Fruto de circunstâncias várias, onde se deve incluir o empenho Francês mas não sem esquecer o forte sentido nacionalista português, a independência de Portugal face ao poderoso estado militar que era Castela constituiu feito na época, tanto mais que outras nações como a Catalunha e a Galiza tentaram sem sucesso movimentos idênticos.

Fenómeno hoje muito mais esbatido, conhece de tempos a tempos alguma agitação muito por responsabilidade do actual panorama da nossa crescente dependência económica face a Espanha. Talvez inevitável, mas seguramente mal gerida, esta ligação estreita entre os dois estados tem conhecido altos e baixos fruto de conjunturas e das forças políticas que ocupam o poder em cada um deles.

Sentimentalismos à parte, revela-se hoje inevitável uma crescente reaproximação dos dois estados, não só pelo facto de ambos pertencerem à União Europeia, mas por na realidade poderem, e deverem, constituir um mercado regional fomentador de crescimento e de bem-estar económico e social.

Porém, aquilo que diariamente constatamos é um rápido crescimento do lado espanhol contra um progressivo definhamento das estruturas produtivas do lado português. Este fenómeno não se deve apenas à proverbial “preguiça” portuguesa nem à baixa produtividade nacional, mas sobretudo à implementação de políticas de apoio e fomento ao investimento (que muitas vezes têm passado pela imposição de “barreiras” técnicas e pelo uso da posição dominante no caso da utilização dos recursos hídricos) que a par da melhoria dos níveis de escolaridade e formação estão a dar frutos do lado espanhol.

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