Um relatório recentemente publicado pela ONG Transparency International (TI), intitulado "Barómetro Mundial da Corrupção 2005", conclui que nos termos de uma sondagem efectuada pela GALLUP num universo de 69 países, 65% destes consideram os partidos políticos como a instituição mais corrupta.
Comparativamente com 2004, onde o universo sondado foi de apenas 62 países, aquela percentagem não ultrapassou os 58%. Confirmando esta evolução, a sondagem revela que 57% dos entrevistados são de opinião que a corrupção tem aumentado nos últimos três anos.
Entre os países ricos cujos cidadãos acham que a corrupção grassa entre os partidos políticos contam-se a Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça.
Enquanto que em África são as forças policiais a instituição considerada mais corrupta, na Europa ocidental, as instituições tidas como mais corruptas, depois dos partidos, são os parlamentos, os sectores de negócios e os media.
De um modo geral pode-se dizer que as populações inquiridas consideram a corrupção profundamente enraizada nos respectivos territórios, mas os responsáveis por aquela ONG consideram que o fenómeno pode ser combatido se as pessoas trabalharem em conjunto nesse sentido.
Não sendo digno de nota particular, Portugal, deverá encontrar-se na média das respostas ao inquérito, seja porque também entre nós o fenómeno da corrupção é algo bem real (seguramente menos grave que em muitos outros países do mundo, mas nem por isso merecedor de menos reparo e condenação) seja porque continuam a primar pela ausência as medidas e as acções para a combater.
Sem pretender minimizar os resultados do inquérito e o sentimento generalizado da população portuguesa, acho que estas conclusões devem ser entendidas com a necessária reserva – não tomando a parte pelo todo – para que a justa crítica e combate à corrupção não sejam transformados num processo primários de intenções que no extremo poderá conduzir a situações de negativismo face à classe política e fomentadoras de formas de governo suprapartidárias e autocráticas como as que registámos durante a vigência do Estado Novo.
Em jeito de conclusão e de confirmação sugiro a leitura deste artigo, cuja recomendação encontrei no CAUSA NOSSA.
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