segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

DADOS ESTATÍTICOS SOBRE A CORRUPÇÃO

Um relatório recentemente publicado pela ONG Transparency International (TI), intitulado "Barómetro Mundial da Corrupção 2005", conclui que nos termos de uma sondagem efectuada pela GALLUP num universo de 69 países, 65% destes consideram os partidos políticos como a instituição mais corrupta.

Comparativamente com 2004, onde o universo sondado foi de apenas 62 países, aquela percentagem não ultrapassou os 58%. Confirmando esta evolução, a sondagem revela que 57% dos entrevistados são de opinião que a corrupção tem aumentado nos últimos três anos.

Entre os países ricos cujos cidadãos acham que a corrupção grassa entre os partidos políticos contam-se a Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça.

Enquanto que em África são as forças policiais a instituição considerada mais corrupta, na Europa ocidental, as instituições tidas como mais corruptas, depois dos partidos, são os parlamentos, os sectores de negócios e os media.

De um modo geral pode-se dizer que as populações inquiridas consideram a corrupção profundamente enraizada nos respectivos territórios, mas os responsáveis por aquela ONG consideram que o fenómeno pode ser combatido se as pessoas trabalharem em conjunto nesse sentido.

Não sendo digno de nota particular, Portugal, deverá encontrar-se na média das respostas ao inquérito, seja porque também entre nós o fenómeno da corrupção é algo bem real (seguramente menos grave que em muitos outros países do mundo, mas nem por isso merecedor de menos reparo e condenação) seja porque continuam a primar pela ausência as medidas e as acções para a combater.

Sem pretender minimizar os resultados do inquérito e o sentimento generalizado da população portuguesa, acho que estas conclusões devem ser entendidas com a necessária reserva – não tomando a parte pelo todo – para que a justa crítica e combate à corrupção não sejam transformados num processo primários de intenções que no extremo poderá conduzir a situações de negativismo face à classe política e fomentadoras de formas de governo suprapartidárias e autocráticas como as que registámos durante a vigência do Estado Novo.

Em jeito de conclusão e de confirmação sugiro a leitura deste
artigo, cuja recomendação encontrei no CAUSA NOSSA.

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