sexta-feira, 23 de setembro de 2005

TRISTE, MUITO TRISTE...

É como me sinto depois da leitura da notícia difundida pelo Público.
O procurador-geral da República pode ter muita razão quando, pretextando que o acto poderia ser entendido como uma interferência da justiça na área da política, decidiu adiar a dedução da acusação do processo Apito Dourado para data posterior às eleições autárquicas.

Repito que o magistrado pode ter razão, estar a decidir de boa fé e dentro dos mais elevados padrões éticos, mas eu sinto-me triste, muito triste porque não posso deixar de pensar que este acto prefigura a interferência da política na esfera da justiça, e para cúmulo, a acção a desenvolver circunscreve-se à primeira fase do processo (acontecimentos relacionados com Gondomar e o seu clube local).

Os factos apurados durante a instrução do processo que envolvem outras proeminentes figuras do futebol e da política, serão analisadas nas respectivas comarcas, talvez por nestas a poderosa influência dos visados ser garantia de pronto arquivamento dos processos.
Assim anda um país que se diz pretender moderno e onde vigorarão princípios de separação entre poderes...

Sem comentários: