quarta-feira, 21 de setembro de 2005

PORTUGAL NO SEU MELHOR…

Regressada hoje do Brasil, país para onde fugira a fim de evitar a aplicação da medida de prisão preventiva na sequência de um processo de averiguações sobre a sua gestão na Câmara de Felgueiras, Fátima Felgueiras foi detida e presente a tribunal.

Por felicidade da ilustre cidadã havia uma juíza que a aguardava e após reanálise do seu processo decidiu aplicar-lhe a mais benigna das medidas de coação previstas na lei portuguesa – a prestação de termo de identidade e residência.

Para proferir a douta sentença a juíza entendeu que não se justificava a aplicação de sanção mais grave uma vez que a arguida não poderia mais perturbar o inquérito (ao que parece já concluído), não poderia continuar a alegada actividade criminosa (a ex-presidente renunciara ao mandato autárquico) e não existirá mais o risco de fuga (porque já o fizera e regressara de livre vontade). Perante este resultado o advogado de Fátima Felgueiras terá afirmado à porta do tribunal que esta sentença foi uma grande vitória para a justiça.

Admitido que o, seguramente ilustre, causídico tenha toda razão na sua afirmação embora desconheça a que justiça se refere, porque àquela que deveria ser praticada neste país não é de certeza!

Como se não bastasse o rol de «candidatos-bandidos» que já conhecíamos vemos agora juntar-se-lhe mais uma. Porque diga o tribunal e Fátima Felgueiras o que disserem até ao julgamento mantém-se válidas as acusações (e as consequentes suspeitas) sobre as suas qualidades para o exercício de um cargo público, situação em que a candidata, por respeito aos eleitores locais, em particular, e ao país, em geral, deveria abster-se de qualquer outra candidatura. No caso do julgamento lhe vir a ser favorável e de nele ser cabalmente demonstrada a sua inocência (sem recurso aos infindáveis subterfúgios que as leis concedem a fim de obter um veredicto favorável mesmo sem prova factual de inocência) poderia então a cidadã Fátima Felgueiras exigir dos responsáveis pela sua incriminação indemnização adequada por não se ter podido candidatar.

Como aquilo a que infelizmente assistimos é à proliferação dos tais «candidatos-bandidos» que usando e abusando de subterfúgios legais, da ingenuidade e ignorância populares e, seguramente, do apoio de inconfessáveis interesses continuam a almejar mais quatro anos de impunidade, resta-nos (a todos nós cidadãos que ainda pugnamos pela existência de valores morais e éticos e práticas com eles consequentes) fazer soar uma voz de protesto que possa contribuir para que em cada uma destas autarquias aqueles conheçam nas urnas a única resposta que merecem – «CANDIDATO-BANDIDO» NUNCA!

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