quarta-feira, 21 de setembro de 2005

A PROPÓSITO DOS MILITARES

A leitura do editorial de hoje do Diário de Notícias, sobre a agitação que o sector militar tem vivido em torno do problema das alterações nos benefícios nas áreas da saúde e na passagem à reforma, sugere-me duas apreciações:

Primeiro, vieram-me à memória as palavras que ontem ouvi num canal de televisão, proferidas por Angelo Correia (ex-ministro do governo de Pinto Balsemão), que defendendo a inevitabilidade das medidas governamentais acabou concluindo que a sua aplicação carecia de uma melhor explicação porquanto governar também é dialogar e explicar a necessidade das decisões. Uma criteriosa aplicação deste princípio resultaria, seguramente, num melhor clima social e laboral e numa melhor identificação com as funções.

Segundo, concordando com o editorialista (João Morgado Fernandes) quando refere, na sua conclusão a necessidade de dignificação da instituição militar, não posso deixar de lembrar que esse mesmo problema de crescente desprestígio e consequente desmotivação se estende a muitos sectores de actividade neste país. Para não ir mais longe recorde-se o caso dos professores (regularmente sujeitos a um degradante processo de colocação profissional acompanhado de deslocalização) e de muitos outros sectores técnico-profissionais que com a crescente sobrevalorização de direcções políticas, tecnicamente incompetentes, vão contribuindo para um sentimento nacional de descrença nas suas próprias capacidades.

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