Hoje foi outra vez dia de todas as sondagens. Ele foi sondagens sobre a popularidade do governo, dos ministros, dos candidatos autárquicos, dos candidatos presidenciais (e, pasme-se, até dos não candidatos presidenciais)...
Resultados, houve-os para todos os gostos. Mais satisfeitos terão ficado os que subiram, menos os que desceram.
Comentários não vão faltar! Os que desceram vão desdramatizar os resultados, os que subiram vão reafirmar a justeza das suas posições e/ou críticas. Os analistas políticos vão se desdobrar em análises transversais e reforçar uns resultados ou desvalorizar outros.
Mas o que realmente me parece importante para que todos nós reflictamos é sobre o real valor deste tipo de iniciativas.
Sendo certo que os fazedores de sondagens já são obrigados a anunciar a respectiva ficha técnica, isto é, qual o universo alvo da observação, qual a data e o modo como as respostas foram obtidas, etc., etc. ... não é menos verdade que essa mesma informação parece-me não estar a merecer a devida atenção de todos nós.
Se não vejamos: decorridos mais de 30 anos desde que no nosso país começaram a ser regularmente produzidas e publicitadas todo o tipo de sondagens (a maior parte delas realizada via telefone, num país de 10 milhões de habitantes que apresenta mais de 4 milhões de ligações fixas instaladas), quantos de nós alguma vez figurámos no universo dos consultados?
Devo confessar que pessoalmente não conheço ninguém que alguma vez o tenha sido.
Não quero concluir que todo este processo é uma gigantesca fraude (não disponho de informação suficiente para o justificar) mas, pensando naquele que pode ser (ou é) o papel da informação numa sociedade cada vez mais estruturada e condicionada dentro dos estreitos cânones das minorias (económicas e sociais) que entre si controlam o poder e que por todos os meios nos querem “vender” as maravilhas da aldeia global...
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