Foi ontem a data oficial de reentrada em funcionamento do Cine-Teatro de Almeirim.
Decorridos quase 7 anos desde que a autarquia tomou posse do edifício, que se encontrava sem qualquer utilização desde 1989, volta este, após obras de recuperação e modernização, a cumprir a função iniciada em 1940.
Não importa aqui avaliar a necessidade de semelhante tipo de infra-estrutura nem louvar aqueles que tiveram a iniciativa de tomar em mãos a sua recuperação e reactivação (essa é, seguramente, uma das principais funções de qualquer autarquia), mas apenas salientar o trabalho feito. Partindo de um edifício de traça bem caracterizada (modernista) os projectistas da nova obra mantiveram-lhe a fachada, facto particularmente importante numa cidade onde a preservação das memórias urbanísticas nem sempre tem conhecido a devida importância, logrando mesmo uma harmoniosa integração no adjacente Jardim da República.
O programa escolhido para marcar o evento, distribuído por Sábado e Domingo, iniciou-se Sábado com um conjunto de espectáculos onde tiveram papel principal as associações e colectividades culturais do concelho (Ranchos Folclóricos de Almeirim, Fazendas, Raposa, Paços dos Negros e Benfica do Ribatejo, Orfeão de Almeirim e Coro da USAL, Grupo de Teatro Narizes Perfeitos e Banda Marcial de Almeirim), concluindo-se no Domingo com um espectáculo de teatro musical (produzido pelo Círculo Cultural Scalabitano e com a Orquestra Scalabitana) e à noite com a uma sessão de cinema.
Poder-se-á discutir a opção por este tipo de programa de inauguração, o critério seguido (ordem das apresentações, número de participantes, extensão do programa, etc. …) mas nunca a abertura de um espaço privilegiado para a difusão e divulgação culturais de que a cidade carecia há muito tempo, nem a tentativa de mostrar a polivalência da sala, sendo apenas de lamentar que o filme escolhido não seja uma das muitas obras marcantes na história daquela forma de arte (e tantas eram as opções possíveis que uma das melhores poderia ser um filme que é em si um resumo da história do cinema – CINEMA PARAÍSO), tanto mais que a importância do acto merecia bem um pequeno esforço financeiro.
Quanto à programação futura para a sala de espectáculos já é conhecido o facto da Câmara Municipal de Almeirim (proprietária do Cine-Teatro) ter integrado, conjuntamente com outros 15 municípios da Região de Lisboa e Vale do Tejo, o projecto ARTEMREDE com o qual se pretende a promoção da actividade cultural, estando agendados espectáculos musicais e de dança para os dias 2 de Outubro (música de câmara com o Ensemble Barroco do Chiado) e os dias 10 e 11 (dança para os mais jvens pela Companhia Abbondanza).
Outras iniciativas serão de esperar, não esquecendo que seremos todos nós os responsáveis pela vitalidade que o espaço venha a conhecer.
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