segunda-feira, 1 de julho de 2013

(IN)ESPERADO?


A (in)esperada saída do ministro Vítor Gaspar – que o NEGÓCIOS, fazendo-se eco da opinião do FINANCIAL TIMES, anunciou dizendo que «Demitiu-se o “arquitecto da austeridade”» – tem, obrigatoriamente, de ser vista sob uma perspectiva diversa da sugerida no seu pedido de demissão.


Não chega afirmar que «Vítor Gaspar sai e queixa-se de falta de coesão do Governo»; ou que «Vítor Gaspar tinha pedido para sair em Outubro de 2012»; outras razões existirão para o “timing” de decisão, além da óbvia necessidade provocada pelas próximas eleições autárquicas. O desencanto no partido no poder é tal que contrariamente ao habitual quase não se vislumbram candidatos autárquicos fotografados sob fundo laranja. Ninguém quer ver-se conotado com as opções políticas (porque ao contrário do tantas vezes afirmado a via da “austeridade expansionista” é uma opção de clara natureza política) patrocinadas por Vítor Gaspar.


A mudança de rosto na pasta das Finanças – que não de política, a avaliar pela tristíssima escolha de Maria Luís Albuquerque, personalidade que ao lugar de secretária de estado do Tesouro associa papel duplamente relevante no caso dos “swaps” das EP – poderá ainda vir a tempo de salvar um ou outro candidato a autarca pelo PSD, mas atenção que o futuro dirá se a saída precipitada do favorito dos credores não teve como principal motivo a de lhe evitar a confissão pública do fracasso da sua política, expresso através dum segundo resgate.

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