A (in)esperada
saída do ministro Vítor Gaspar – que o NEGÓCIOS,
fazendo-se eco da opinião
do FINANCIAL TIMES, anunciou dizendo que «Demitiu-se
o “arquitecto da austeridade”» – tem, obrigatoriamente, de ser vista sob
uma perspectiva diversa da sugerida no seu pedido de demissão.
Não chega afirmar que «Vítor
Gaspar sai e queixa-se de falta de coesão do Governo»; ou que «Vítor
Gaspar tinha pedido para sair em Outubro de 2012»; outras razões existirão para o “timing” de decisão, além da óbvia
necessidade provocada pelas próximas eleições autárquicas. O desencanto no
partido no poder é tal que contrariamente ao habitual quase não se vislumbram
candidatos autárquicos fotografados sob fundo laranja. Ninguém quer ver-se conotado
com as opções políticas (porque ao contrário do tantas vezes afirmado a via da “austeridade
expansionista” é uma opção de clara natureza política) patrocinadas por Vítor
Gaspar.
A mudança de
rosto na pasta das Finanças – que não de política, a avaliar pela tristíssima
escolha de Maria Luís Albuquerque, personalidade que ao lugar de secretária de
estado do Tesouro associa papel duplamente relevante no caso dos “swaps” das EP – poderá ainda vir a tempo
de salvar um ou outro candidato a autarca pelo PSD, mas atenção que o futuro
dirá se a saída precipitada do favorito dos credores não teve como principal
motivo a de lhe evitar a confissão pública do fracasso da sua política,
expresso através dum segundo resgate.
Sem comentários:
Enviar um comentário