Tranquilizem-se
os espíritos mais agitados… ainda que as aparências pudessem iludir já se
respira melhor para os lados de Belém (e nada que se deva ao abrandamento da
canícula) depois que se soube que a «Alemanha
antecipa-se a Cavaco e dá luz verde ao governo».
Escrito
desta ou de forma mais suavizada, como fez o NEGÓCIOS quando assegura que a «Europa abraça novo Governo sem esperar por
Cavaco Silva», o que se retém, além do presidencial alívio, é a
completa sujeição proporcionada pela mais abjecta inépcia política.
Esta inegável
realidade é aliás confirmada pelos resultados dum estudo, publicado pela
associação Transparência e Integridade,
segundo o qual «8 em cada 10
portugueses dizem que a corrupção aumentou», percepção que resultará dum
claro sentimento de manipulação dos mecanismos da democracia, tenham eles
origem na esfera económica ou numa mais prosaica teia de tráfico de
influências. Para a proliferação deste cancro social muito tem contribuído a
fossilização dos partidos políticos, a mediocridade e o manobrismo das elites
governativas, de que o caso português é apenas mais um exemplo.
Dito isto é
escusado o anúncio oficial da remodelação governativa – a hipótese de a
apelidar de novo governo parece tão irreal quanto todo o processo de
“negociação” que o rodeou – poupando-se o pensionista de Belém a mais incómodos
e evitando, quiçá, os apupos e demais insultos com que a populaça se vai
habituando a mimoseá-lo, reacção que nem a encenação ocorrida nos Jerónimos
contradiz.
[1] Primeira estrofe do Hino Alemão (Deutschlandlied), escrito em 1841 por
August Heinrich Hoffmann von Fallersleben, sob partitura de Joseph Haydn, que
traduzido significa: Alemanha, Alemanha acima de tudo.
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