terça-feira, 9 de julho de 2013

DEUTSCHLAND, DEUTSCHLAND ÜBER ALLES[1]

Tranquilizem-se os espíritos mais agitados… ainda que as aparências pudessem iludir já se respira melhor para os lados de Belém (e nada que se deva ao abrandamento da canícula) depois que se soube que a «Alemanha antecipa-se a Cavaco e dá luz verde ao governo».


Escrito desta ou de forma mais suavizada, como fez o NEGÓCIOS quando assegura que a «Europa abraça novo Governo sem esperar por Cavaco Silva», o que se retém, além do presidencial alívio, é a completa sujeição proporcionada pela mais abjecta inépcia política.

Esta inegável realidade é aliás confirmada pelos resultados dum estudo, publicado pela associação Transparência e Integridade, segundo o qual «8 em cada 10 portugueses dizem que a corrupção aumentou», percepção que resultará dum claro sentimento de manipulação dos mecanismos da democracia, tenham eles origem na esfera económica ou numa mais prosaica teia de tráfico de influências. Para a proliferação deste cancro social muito tem contribuído a fossilização dos partidos políticos, a mediocridade e o manobrismo das elites governativas, de que o caso português é apenas mais um exemplo.

Dito isto é escusado o anúncio oficial da remodelação governativa – a hipótese de a apelidar de novo governo parece tão irreal quanto todo o processo de “negociação” que o rodeou – poupando-se o pensionista de Belém a mais incómodos e evitando, quiçá, os apupos e demais insultos com que a populaça se vai habituando a mimoseá-lo, reacção que nem a encenação ocorrida nos Jerónimos contradiz.



[1] Primeira estrofe do Hino Alemão (Deutschlandlied), escrito em 1841 por August Heinrich Hoffmann von Fallersleben, sob partitura de Joseph Haydn, que traduzido significa: Alemanha, Alemanha acima de tudo.

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