Depois de
ontem, no “post” «(IN)ESPERADO?»,
ter classificado de tristíssima a escolha da Senhora “Swap” para substituir Vítor Gaspar, eis que hoje o anúncio da
demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros (promovido a número 2 do governo
com a saída de Gaspar) veio revelar que o cenário era afinal bem pior do que
imaginara.
Passos Coelho
não só tinha escolhido a “evolução na continuidade”, como esta merecera opinião
negativa do parceiro de coligação; Paulo Portas que há muito andava à espera
dum bom pretexto para abandonar o barco governativo não enjeitou a oportunidade
e bateu com a porta. Não, como afirmou na carta de demissão, por um claro
motivo de consciência (afinal a sua oposição à política da “austeridade
expansionista” é mais táctica que estratégica) mas tão só porque esta foi a
melhor oportunidade num momento de acentuada fragilidade e isolamento de Passos
Coelho.
A completar
este cenário e ainda antes de qualquer comunicação anunciando que «Passos
não se demite nem aceita demissão de Portas» já o
PUBLICO assegurava que «Cavaco não deixa Governo cair e “desafia” PS»
a derrubar o Governo no Parlamento. Por outras palavras à inconsciência de São
Bento, onde se faz tábua rasa da opinião do seu parceiro de coligação enquanto
se pretende mantê-lo subjugado a imperativos governativos, adiciona-se a de
Belém onde cegamente se persiste no fingimento de que nada se passa, mas sempre
se empurra o ónus da acção para o Parlamento.
Num culminar
de hipocrisia, apela-se de ambos lados ao consenso e à estabilidade (ainda e sempre
em nome e benefício dos credores) enquanto quase tudo o que se faz é fomentar o
inverso; Cavaco Silva teve sobejas oportunidades de devolver ao eleitorado a
decisão mas insistindo em manter um Governo desacreditado o que conseguiu foi
piorar a situação, correndo agora o risco de ter um governo minoritário
incapaz de aplicar as reformas que consideram estratégicas e ainda de elaborar
e fazer aprovar o próximo OGE (documento que nos tempos de Passos Coelho sempre
se caracterizou por inconstitucionalidades) enquanto aguardamos pelo inevitabilidade
do anúncio dum segundo resgate.
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