domingo, 30 de junho de 2013

BIG BROTHER HIS WATCHING YOU...

A denúncia da existência duma operação de espionagem indiscriminada sobre a Internet, levada a cabo pelo serviços secretos norte-americanos, deve ser levada a sério mesmo quando os gigantes da Internet (Google, Microsoft, Apple, Yahoo, Facebook, etc.) negam qualquer participação.

Conhecido pela sigla PRISM, o programa denunciado por Edward Snowden (um ex-analista da CIA), possibilitará a monitorização de qualquer comunicação que circule na rede global e a sua utilização não se resumirá aos EUA, pois segundo o jornal inglês THE GUARDIAN também os serviços secretos ingleses o acedem desde 2010.


Depois de em 2010 o WikiLeaks – organização sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica anonimamente documentos, fotos e informações sobre assuntos confidenciais ou sensíveis de governos e empresas – ter divulgado documentos secretos do exército norte-americano sobre as guerras do Afeganistão e Iraque e mais tarde milhares de documentos sobre a diplomacia norte-americana, tem crescido o interesse público sobre questões tão sensíveis. Logo em meados de 2010, no «post» «A BOMBA AFEGû e mais tarde no quase homónimo «A BOMBA» (a propósito da divulgação simultânea pelo WikiLeaks e por jornais como o THE NEW YORK TIMES, THE GUARDIAN, LE MONDE, EL PAIS e DER SPIEGEL)) procurei chamar a atenção para a importância do permanente escrutínio público sobre as actividades pouco transparentes de que persistem rodear-se os governos por esse mundo fora e de que nem sempre a imprensa estabelecida fornece a adequada informação.

Independentemente do que cada um pense (governos incluídos) sobre Edward Snowden, Bradley Manning (o soldado americano acusado de fornecer informação ao WikiLeaks) ou Julian Assange (o rosto mais conhecido do WikiLeaks e actualmente refugiado na embaixada do Equador em Londres), considerando-os heróis ou vilões, o facto é que notícias como a de que a «CIA espiou representações da UE nos EUA e nas Nações Unidas» não podem merecer reacções simples ou ser esquecidas mediante meras negações oficiais, tanto mais que o programa denunciado junta interesses públicos e privados – parte do “trabalho” é executado em sistema de “outsorcing”, como o comprova o facto de Edward Snowden trabalhar para a Booz Allen Hamilton (uma empresa de consultadoria especializada em estratégia e tecnologias de informação) – o que representa um risco acrescido para os cidadãos de todo o Mundo.

Que os poderosos por esse Mundo fora receiam (e de que maneira) a informação (boa e má) que circula na rede global é uma evidência indesmentível pela regular publicação de notícias que dão conta de todo o tipo de manobras para o seu silenciamento. Que estas manobras cheguem, nos regimes mais repressivos, a atingir a perseguição e detenção de opositores é um facto há muito conhecido e denunciado, agora que até já no EXPRESSO se possa ter lido que no país “farol das liberdades” o «Exército americano bloqueia acesso ao jornal "The Guardian"» é bem um sinal dos riscos do “Big Brother” imaginado por George Orwell no seu visionário “1984” e contra o qual nos devemos mobilizar.

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