sexta-feira, 19 de julho de 2013

PERSPECTIVAS…

Enquanto assistimos ao desenrolar da última produção da ficção nacional – a “novela” do consenso dos partidos do “arco do poder” – o Mundo continua a girar e a produzir informação que por razões seguramente substantivas persistem esquecidas das principais notícias que a imprensa nacional disponibiliza.

Assim, enquanto por cá alguns se regozijavam com a informação que «Cavaco destaca «sinais positivos» que saem das reuniões» tripartidas ou se preocupavam com o reconhecimento que a possibilidade de «Acordo com Governo pode provocar revolta interna no PS» e agora, depois que «Seguro anuncia que não houve acordo com PSD e CDS», pondera qual será a decisão de Cavaco Silva, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) publicava no estudo Perspectivas sobre o Emprego - 2013 que nos últimos seis anos o conjunto das economias mais desenvolvidas viu 48 milhões de pessoas (8% da sua população activa) excluídas do mercado de trabalho, facto que pouco destaque mereceu. E o mais preocupante é que além dos níveis de desemprego registados em países europeus como a Grécia e Espanha, equivalentes aos da Grande Depressão, persiste outra dura realidade que é o desemprego jovem, segmento onde se atingiram as taxas inéditas de 60% na Grécia, 55% em Espanha e 40% em Itália e Portugal.


Os efeitos que estes números têm no dia-a-dia dos cidadãos começam a revelar-se até em estudos de mercado que asseguram que «Famílias em “modo de sobrevivência” já compram menos pão, azeite e fruta», mas os efeitos a longo prazo gerados pelos prolongados períodos de desemprego a que estão a ser sujeitas as gerações mais jovens, como sejam a desmotivação e a tendência para virem a auferir salários mais baixos, só serão sentidos mais tarde.

Quase seguramente para eles e para a sociedade que voltará a ver-se obrigada a suportar mais este custo a que está a ser condenada pela incúria e a inépcia das actuais lideranças e que seguramente não será contrariada nem pela perspectiva de que o «Crescimento e emprego são prioridade para a reunião do G20» em curso, porque os interesses representados nessa cimeira não são os das populações mas os das elites que estão na origem dos problemas.

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