A notícia de
que um relatório da OCDE concluiu que a «Aplicação
de medidas contra a corrupção internacional tem sido extremamente baixa em
Portugal» ganha toda a sua dimensão (e uma mais clara percepção) quando no
mesmo dia é publicado que o «Tribunal
da Relação rejeita recurso de Fernando Seabra para se candidatar a Lisboa».
Quem, de boa
fé, pode esperar das lideranças políticas dos partidos do centrão (os que têm
governado o país nas últimas décadas) postura e actos concretos no combate à
corrupção quando estes são os primeiros a promover legislação dúbia e a recorrer
aos mais torpes comportamentos evasivos do seu cumprimento, actuação de que é
exemplo a questão da limitação do número de mandatos autárquicos.
Só quem integre as nomenclaturas partidárias, ou ignore completamente a forma como funciona o País, se poderá espantar ver publicado que «Dos 249 arguidos condenados por corrupção em Portugal apenas 14 foram presos»! Só uma profunda mudança de valores e a exigência de líderes que coloquem o interesse geral acima dos seus interesses pessoais é que poderá, com o tempo, inverter a lamentável situação em que vivemos.
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