Segundo
relatou no passado fim-de-semana o sempre muito bem informado EXPRESSO,
o douto, probo e ininfluenciável Cavaco Silva preparar-se-á para anunciar a
mais salomónica das suas já proverbiais decisões: promulgará o OE para 2013, sob
o patriótico argumento de assim obstar a que o País mergulhe no caos
indissociável da ausência de documento vital à sua sobrevivência económica e
social, enviando-o depois para fiscalização ao Tribunal Constitucional.
Espantoso?
Não, nada a que um presidente permanentemente enredado nos seus tabus e na sua
inépcia não nos tenha já habituado!
Senhor dum
permanente processo de silêncios e compromissos, incapaz de alguma vez tomar
uma decisão que eventualmente possa beliscar o seu futuro (o que quer que tal
signifique num septuagenário que cumpre um último mandato como Presidente da
República, sem nunca ter merecido sequer o primeiro), Cavaco Silva vai voltar a
mimosear o País que o elegeu com mais uma peça da sua proverbial hipocrisia.
Incapaz de afirmar publicamente que concorda com um OE aprovado pelos deputados
do PSD e CDS que nem sequer conseguiram esconder o seu desconforto, encontra na
dúbia fórmula – aprovo mas outros que decidam se deve ser aplicado ou não – um
processo airoso de alijar responsabilidades e cujo resultado final deverá ser
análogo ao verificado este ano, quando o Tribunal Constitucional proferiu o
doutíssimo acórdão (353/2012)
declarando inconstitucionais alguns pontos do OE 2012 (relativos à suspensão
dos subsídios de férias e de Natal), mas acrescentando que esta declaração
de inconstitucionalidade não se aplique à suspensão do pagamento dos subsídios
relativos ao ano de 2012.
Depois desta
peça (perfeitamente inserida na linha humorística do “é proibido, mas pode
fazer-se…”, popularizada pelos “Gato Fedorento”) será ainda de estranhar que
Alberto João Jardim, outro inefável personagem do pior que o quadro político
partidário nacional produziu, tenha sido o primeiro a sair a terreiro para
declarar que a anunciada decisão, daquele que em tempos apodou depreciativamente
de “Sr. Silva”, de «Promulgar OE
e só depois enviá-lo para TC é “inteligente”», ou tudo não passa afinal da
mera confirmação da reduzidíssima qualidade da generalidade daqueles a quem tem
sido sucessivamente confiada a responsabilidade pela liderança do País.
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