Depois de assistirmos
a mais de dois anos de sucessivos anúncios de grandes medidas (que a prática
revelou ineficazes ou insuficientes), bastarão as medidas aprovadas na última
cimeira de chefes de estado europeus para conter a crise na Zona Euro?
Se as medidas
de curto prazo que esboçam uma tentativa para conter o descalabro no sistema
financeiro europeu e que levaram o EXPRESSO
a escrever que «Roma
e Madrid forçam Merkel a ceder» poderão representar uma certa inversão na
estratégia de abordagem da crise, nem por isso se pode falar – como o fez o
mesmo EXPRESSO, citando o
primeiro-ministro irlandês – numa «“viragem
sísmica” com recuo de MERKEL», pois no seu essencial tratam-se de “soluções”
para o depauperado sistema financeiro europeu e não para o conjunto das
economias da Zona Euro; mais, a solução a que a Alemanha parece ter sido
forçada a aceder também contribui, e muito, para ajudar os bancos alemães.
Até mesmo o
auspicioso anúncio de que «Juros
aliviam em Portugal, Grécia, Itália e Espanha» não pode ainda ser entendido
como uma reacção positiva dos “mercados”, tanto mais que dois dias antes se registara
uma «Vaga
de especulação nos mercados em vésperas de cimeira europeia».
Face
ao anúncio de que «Não
haverá “toika” para Itália e Espanha», talvez a única conclusão que realmente
se pode extrair da reunião desta semana é a confirmação duma Europa a duas
velocidades – que aplica políticas diferentes para os países ricos e os países
pobres – ou que os líderes destes são muito mais fracos por não terem sabido,
ou querido, enfrentar os seus parceiros mais ricos.
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