A
notícia de que «Cavaco
Silva promulga alterações ao Código do Trabalho e pede "estabilidade"
legislativa» revela bem o anacronismo e a mais completa insensibilidade de
quem nos governa.
Não só continua por demonstrar que o
problema do desemprego se situe no que os autores de mais esta revisão apelidam
de rigidez laboral, como associar mais uma revisão à necessidade da
estabilidade do quadro legal é dum cinismo tal que raia o insulto…
…semelhante ao proferido pelos
membros do governo que advogaram a emigração de jovens e desempregados como
forma de resolução duma crise de que eles são actores de relevo, ou quando
afirmam pretender combater o desemprego entre os mais jovens através da
“subsidiação” de estágios semestrais que mais não são que formas de reduzir
temporariamente os dados estatísticos enquanto se contribui activamente para o
aumento do lucro das empresas.
Mas o embuste e a hipocrisia dos que
elegemos para nos governarem está cada vez mais difícil de disfarçar, pois
quase simultaneamente com o apelo presidencial foi dado a conhecer que estarão
na forja mais alterações; não contente com os resultados alcançados e em mais
um flagrante atropelo moral, o «FMI
quer cortar indemnizações no despedimento ilícito», revelando de forma cada
vez mais clara que a crise está a ser mantida enquanto estratégia para
desequilibrar ainda mais o modelo de distribuição de riqueza em benefício do
factor capital.
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