Ontem foi dia
de dor em Atenas e de ignomínia por essa Europa fora. A clique ordoliberal está
a arrasar uma nação para destruir um pretenso partido de extrema-esquerda.
A sanha
prussiana contra o Syriza é tal que que para os seus promotores tudo, mas
rigorosamente tudo, é permitido. No afã de transformarem a resistência grega em
exemplo para quem pense opor-se-lhe, deixaram tombar os últimos resquícios de
bom-senso (aquele que manda não humilhar os vencidos) e humanidade.
Ao contrário do que escreve o PUBLICO,
ontem não foi «A
noite em que os gregos aprovaram (a custo) um mal menor», foi a noite em
que um bando de fanáticos fez prevalecer um sentimento de mesquinha vingança,
facto que me leva a discordar profundamente da sugestão que se «O
Syriza já está destruído, podemos agora salvar a Grécia?»
É
que não existe a mínima hipótese, mesmo com o «Eurogrupo
de acordo sobre transferência de €7000 milhões para Atenas», que um grupo
de sabujos da laia de Passos Coelho e Rajoy, liderados por fanáticos da
dimensão de Merkel ou Schauble e acolitados por timoratos como Hollande ou
Renzi, que activa ou passivamente enterraram os últimos resquícios de dignidade
e ética, possam gizar qualquer resquício de solução e é já demasiado tarde ou
mais um claro sinal de grosseira ingerência ouvir agora que o «BCE
aumentou linha de liquidez de emergência para os bancos gregos» e que já
admite aliviar a dívida grega, especialmente quando insistem na aplicação
duma receita que não ignoram que nada vai solucionar, antes agravar o problema
que ajudaram a criar.
Nos termos da sua formulação ética – o que é diferente é perigoso e
para abater – mais facilmente apoiarão activamente um Viktor Orbán, cuja «Hungria
já está a construir os primeiros metros do muro anti-imigrantes»,
que uma qualquer solução de natureza política ou económica que contemple alguns
vestígios de solidariedade, com os gregos ou quaisquer outros párias!
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