sexta-feira, 17 de julho de 2015

(DES)ACORDO

Enquanto a Europa continua a afundar-se num labirinto de certezas e dogmas, os EUA e o Irão anunciaram, no início da semana, ter «Alcançado acordo sobre programa nuclear iraniano»; após doze anos de delicadas (e tantas vezes torpedeadas) negociações os representantes do chamado “grupo 5+1” (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China) chegaram a acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Nada que assegure o fim de todos os problemas (qual é o acordo que o consegue?), antes o indispensável desanuviamento das relações entre os EUA e o Irão, potenciador de tentativas de mediação dos conflitos na região do Médio Oriente, cada vez mais centrados na disputa pela hegemonia regional entre iranianos e sauditas.

O acordo alcançado em Viena foi bem acolhido em Teerão, que mais não seja por deixar antever algum alívio para a esgotada economia iraniana, mas pouco ou nada em Riade e claramente criticado em Tel-Aviv, onde o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não hesitou em classificá-lo como um “erro de proporções históricas”.


É claro que o acordo agora alcançado representou um sério revés no plano internacional (mais um…) para Netanyahu e os falcões israelitas, mas daí a afirmar que Teerão continuará a espalhar o terror na região, como se um dos seus pilares maiores não fosse precisamente o regime de Tel-Aviv, ele sim dotado de arsenal nuclear e sem controlo internacional, vai alguma distância e um inaudito desaforo…

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