sexta-feira, 25 de outubro de 2013

RISCOS INADMISSÍVEIS…


Apenas em jeito de anedota se pode conceber a ideia dum chefe de governo que na apresentação dum documento com a importância dum Orçamento de Estado «admite que Orçamento tem "vários riscos"».


Semelhante afirmação confirma a impreparação duma equipa governativa incapaz de eliminar aqueles riscos, substituindo-os por medidas alternativas, ao mesmo tempo que comprova a opção deliberada por uma estratégia de confronto com a lei fundamental do país que pretendem governar.

E o pior é que o governo dirigido por Passos Coelho parece conseguir reunir tudo o que de pior foi revelado pelos seus antecessores e à efabulação que tantas vezes denunciaram em Sócrates estão a juntar doses acrescidas de arrivismo e de oportunismo, a menoridade política dos tempos de Durão Barroso (nada de especial se lembrarmos que em comum contam com a presença não displicente do malabarista Paulo Portas), a ineficácia do hesitante Guterres, o dogmatismo espúrio de Cavaco Silva, sem esquecer uma pitada do diletantismo de Santana Lopes e da bonacheirice de Soares.

Mas o maior risco do OE não é a declaração de inconstitucionalidade – que Passos Coelho teme, a ministra das Finanças admite e que Cavaco Silva já garantiu só ocorrerá lá para meados de 2014 (de preferência após o encerramento do programa da “troika”) –, antes os evidentes erros técnicos de que enferma e que serão objecto do próximo “post”.

Sem comentários: