sábado, 2 de janeiro de 2016

PORTUGAL NA UE

Logo na abertura do novo ano houve quem lembrasse que «Faz 30 anos que Portugal se tornou mais europeu», como se a realidade que a UE hoje vive fosse algo que justifique grandes euforias.

Sem falar na forma comprovadamente desadequada como tem enfrentado uma crise de contornos delicados, como é o caso da chamada crise da dívida pública, ou em tudo o que tem implicado a vaga de imigrantes e refugiados nas suas fronteiras, os problemas da UE remontam ao período em que, por interesse germânico, o processo de alargamento se virou de forma atabalhoada para leste.


É claro que o desaproveitamento na construção dum processo de crescimento e desenvolvimento é da exclusiva responsabilidade da elite governante e económica nacional; se é verdade que, como afirmou o ex-ministro Rui Machete, «"A má governação não permitiu aproveitar as potencialidades da Europa"», não é menos verdade que aquela responsabilidade nunca foi denunciada, ou sequer criticada, pelos congéneres europeus cujos países foram afinal os maiores beneficiados pelos erros nacionais.

Assim, que sentido faz hoje comemorar a adesão à UE se continuamos incapazes de analisar criticamente o seu resultado?

Sem comentários: