Logo na abertura do novo ano
houve quem lembrasse que «Faz
30 anos que Portugal se tornou mais europeu», como se a realidade que a UE
hoje vive fosse algo que justifique grandes euforias.
Sem falar na forma
comprovadamente desadequada como tem enfrentado uma crise de contornos delicados,
como é o caso da chamada crise da dívida pública, ou em tudo o que tem implicado
a vaga de imigrantes e refugiados nas suas fronteiras, os problemas da UE
remontam ao período em que, por interesse germânico, o processo de alargamento
se virou de forma atabalhoada para leste.
É claro que o desaproveitamento
na construção dum processo de crescimento e desenvolvimento é da exclusiva
responsabilidade da elite governante e económica nacional; se é verdade que,
como afirmou o ex-ministro Rui Machete, «"A
má governação não permitiu aproveitar as potencialidades da Europa"», não é menos verdade que aquela responsabilidade nunca foi
denunciada, ou sequer criticada, pelos congéneres europeus cujos países foram
afinal os maiores beneficiados pelos erros nacionais.
Assim, que sentido faz hoje comemorar a adesão à UE se
continuamos incapazes de analisar criticamente o seu resultado?
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