Finalmente Marcelo Rebelo de
Sousa ganhou uma eleição nacional.
Passeou pelo País a sua
popularidade televisiva e alcançou um resultado bastante para se ver eleito;
depois do fiasco que foi a sua candidatura à Câmara de Lisboa, em 1990, voltou agora
entronizado como candidato-mediático. Claro que no imediato os partidos que
apelando ao voto em Marcelo se esconderam estrategicamente para não associarem
as suas desastrosas opções políticas ao candidato-espectáculo, exultam com o
resultado e com o crescimento das hipóteses de verem o presidente agora eleito
derrubar o governo em funções, mas o futuro dirá se esta foi ou não uma boa
opção para os actores políticos.
Do agora eleito presidente
conhece-se tudo e o seu contrário, a ponto de Vasco Pulido Valente se referir ao
resultado eleitoral como «A
vitória da vacuidade», enquanto Áurea Sampaio lembra que «O
Presidente Marcelo não nos disse ao que vem» e já se lhe ouviu defender
tudo e o seu oposto, bem se podendo dizer (à semelhança do que fez Almada
Negreiros no seu Manifesto Anti-Dantas) que Marcelo Rebelo de Sousa ora parece
um comentador disfarçado de político, ora um político com a falta de delicadeza
dum comentador...
Escolhendo Marcelo Rebelo de
Sousa, receio profundamente que o País tenha perdido mais uma oportunidade de
escolher uma personalidade adequada para ocupar o Palácio de Belém e que este
eleição constitua a abertura dum precedente que venha a colocar em todos os
lugares-chave da vida política nacional quem a comunicação social designe como
o “melhor”.
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