Iniciou-se
ontem mais um Campeonato do Mundo de Futebol, evento global que justifica
atenção pelo facto do local onde ocorre – o Brasil – e pelos movimentos de contestação
de que tem sido objecto e cujas razões – os gastos faraónicos em estádios e
infra-estruturas – deverão ser perfeitamente entendidas por quem ainda não
esqueceu o logro nacional que foi a organização do Euro 2004.
É claro que em
certa imprensa a imagem que se pretende transmitir do “país do futebol”, tal é
a paixão nacional pelo jogo, é que aquelas manifestações se extinguirão logo
que comece o campeonato.
Ainda assim,
no dia da abertura noticiava-se que a polícia tivera que recorrer a «Gás
lacrimogénio contra manifestantes anti-Mundial»
e que ocorreram «Protestos em
11 capitais de Estados no Brasil», mas pouco, muito pouco, sobre a
realidade social e económica brasileira.
Para colmatar esta lacuna e
porque raramente os cabeçalhos são o fundamental da informação, recomendo a
leitura do artigo «Classes
e rebeliões sociais no Brasil», onde o professor Elísio Estanque deixa uma
outra perspectiva da situação, a par com os desenvolvimentos que o cadinho
brasileiro promete, mau grado as enormes medidas de segurança que rodeiam os
negócios mediáticos deste género, cuja protecção é tanto mais importante quanto
maiores são os lucros e as benesses fiscais de organizadores (FIFA) e
patrocinadores que já asseguraram a sua repatriação isenta de impostos.
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