sexta-feira, 13 de junho de 2014

BRASIL 2014

Iniciou-se ontem mais um Campeonato do Mundo de Futebol, evento global que justifica atenção pelo facto do local onde ocorre – o Brasil – e pelos movimentos de contestação de que tem sido objecto e cujas razões – os gastos faraónicos em estádios e infra-estruturas – deverão ser perfeitamente entendidas por quem ainda não esqueceu o logro nacional que foi a organização do Euro 2004.

É claro que em certa imprensa a imagem que se pretende transmitir do “país do futebol”, tal é a paixão nacional pelo jogo, é que aquelas manifestações se extinguirão logo que comece o campeonato.


Ainda assim, no dia da abertura noticiava-se que a polícia tivera que recorrer a «Gás lacrimogénio contra manifestantes anti-Mundial» e que ocorreram «Protestos em 11 capitais de Estados no Brasil», mas pouco, muito pouco, sobre a realidade social e económica brasileira.

Para colmatar esta lacuna e porque raramente os cabeçalhos são o fundamental da informação, recomendo a leitura do artigo «Classes e rebeliões sociais no Brasil», onde o professor Elísio Estanque deixa uma outra perspectiva da situação, a par com os desenvolvimentos que o cadinho brasileiro promete, mau grado as enormes medidas de segurança que rodeiam os negócios mediáticos deste género, cuja protecção é tanto mais importante quanto maiores são os lucros e as benesses fiscais de organizadores (FIFA) e patrocinadores que já asseguraram a sua repatriação isenta de impostos.

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