sexta-feira, 1 de novembro de 2013

HABEMOS GUIÃO

Nas vésperas da discussão de mais um polémico OE, o irrevogável Paulo Portas veio apresentar o há muito prometido Guião para a Reforma do Estado, pomposamente denominado «Um Estado Melhor».

São 112 páginas contendo os «Os pontos essenciais da reforma do Estado», que o ECONÓMICO sintetizou assim: 
·         Limite ao défice na Constituição
·         "Menos funcionários mais bem pagos"
·         Agregação de municípios
·         Reforma da Segurança Social em 2014
·         Criar "escolas independentes"
·         Objectivos nos tribunais na gestão processual
·         Revisão dos estatutos das magistraturas
·         Arquitectura institucional do sistema judicial
·         Gestão coordenada da ADSE com o SNS

Embora o documento assegure na introdução que «...o Governo vai dirigir-se aos partidos políticos e aos parceiros sociais. Com a disponibilidade necessária para ouvir, debater, alterar, em nome do interesse nacional que é de todos», atendendo ao momento da sua apresentação, à ausência da mínima sustentação para as propostas, de calendarização e quantificação, à própria forma vaga e banal como é apresentado, o documento configura mais um programa de governo que um roteiro para uma reforma e assegurará, quanto muito, que Portas não volte a ser questionado sobre o prometido guião.

A ideia que Portas apresentou mais que um guião é confirmada pela afirmação do I de que «Portas apresenta guião que só o próximo governo pode concretizar», mas nem o facto de posteriormente assegurar que o «Guia de Paulo Portas mais brando que recomendações do FMI» lhe reforça a qualidade ou lhe altera um destino para o qual o tempo e as circunstâncias rapidamente o remeterão: o rol dos “esquecidos”.





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