Depois
da Comissão Europeia ter admitido que a «Zona euro vai crescer menos do que
previsto em 2014», a mais recente notícia
que a «Standard & Poor’s volta a descer o rating
de França» poderia ser
entendida como reflexo da primeira.
Enquanto
economia mais débil que a alemã e quando a «Alemanha
regista excedente comercial recorde em Setembro», poderia a reclassificação
resultar dum reflexo dessa diferença; sucede porém que a explicação adiantada
foi a de que a «S&P
corta "rating" da França por duvidar de políticas de Hollande»,
que o mesmo é dizer que a avaliação não resulta de qualquer critério objecto
mas, como se pode ler no relatório da S&P, sim da convicção “…de que a abordagem
do actual governo francês em relação às reformas orçamentais e estruturais de
âmbito fiscal e dos mercados de bens, serviços e de trabalho não é suficiente
para melhorar, de forma substancial, as perspectivas de crescimento a médio
prazo”.
Depois de se ter concluído que as principais agências de notação
de risco (Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s) desempenharam um papel
relevante na eclosão e disseminação da crise do “subprime”, subestimando o risco de empresas e produtos financeiros
e de pouco ou nada ter sido feito para assegurar que aqueles erros não se
repetiriam, que estiveram na primeira linha do processo de desacreditação
estratégica do euro através do ataque às dividas soberanas dos países de
periferia europeia (Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e Malta), eis
que regressam agora apostados na repetição da estratégia, apontando baterias à
dívida francesa, não sob a alegação de irrefutáveis indicadores económicos,
porque os valores da dívida francesa não são muito diferentes de tantas outras
que até à data têm passado incólumes (como a inglesa), mas baseados numa
apreciação subjectiva e obviamente discutível.
O que não parece discutível é que o objectivo desta estratégia
continua a ser o da desestabilização da Zona Euro e o da imposição dum modelo
de desenvolvimento económico profundamente antagónico dos interesses das
populações. É natural que ao anúncio da S&P se sigam os da Fitch e da
Moody’s (para reforçar a ideia), mas o que não é natural é que as lideranças
políticas europeias, no afã de manterem as suas próprias regalias, continuem a
pactuar com uma estratégia que culminará na dissolução da União Europeia.
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