A
manifestação convocada pelos sindicatos das forças de segurança (PSP, GNR, SEF,
guardas prisionais, ASAE, Polícia Marítima, Polícia Judiciária e polícias
municipais) que ontem culminou quando «Polícias
invadem a escadaria do Parlamento» foi um óbvio sinal duma generalizada
insatisfação que o Governo já deveria ter entendido.
É claro que o
sucedido foi previamente concertado com as forças da PSP presentes no local,
facto que não reduz o significado, antes o amplia, e reforça a afirmação de que
«A
violência está à porta», repetida nessa mesma noite por Mário Soares na
Aula Magna.
Uma conclusão possível da leitura destas notícias é a de que poderemos
estar mais perto do ponto de ruptura do que se julga para os lados de Belém e
de São Bento; outra é a de que se começa a perder seriamente o respeito pela
prepotência ao ponto de até os segmentos da sociedade encarregues de fazer
prevalecer o estado direito já questionarem essa mesma ordem, corporizando na
prática a recomendação de que «É
preciso “atacar o cinismo dos poderosos”»
deixada por Pacheco Pereira no encontro
realizado na Aula Magna.
Mas a
simbólica invasão da escadaria do Parlamento coloca ainda outro tipo de
questões, nomeadamente a de qual irá ser a reacção das forças de segurança
perante futuras manifestações no local e de como irá ser “julgado” o episódio
do «Estudante
detido em protesto frente ao Parlamento», ocorrido
48 horas antes, ou como reagirá a corporação à informação de que o «Director
Nacional da PSP pede demissão, Miguel Macedo aceita» desresponsabilizando-se do ocorrido?
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