Depois do
escândalo Petrobras e com o avolumar de notícias sobre o envolvimento do
ex-presidente Lula da Silva no escândalo Lava-Jato (investigação sobre subornos
que envolve empresas e membros dos principais partidos) a ponto de se ter
anunciado que a «Procuradoria
de São Paulo acusa Lula da Silva de lavagem de dinheiro».
Sabendo-se que
a «Justiça
brasileira pede prisão preventiva de Lula da Silva» de pronto começaram a
circular rumores da sua nomeação para o governo, como forma de garantir a sua imunidade.
Perante a
informação de que «Há
indícios “significativos” contra Lula da Silva» foi natural a reacção onde «Milhões
de brasileiros pedem impugnação de Dilma Roussef e prisão de Lula da Silva»;
houve confrontos entre críticos e apoiantes permitindo assim que «Lula
denuncia "actos injustificáveis de violência" e pede justiça
"para todos"», mas as dúvidas continuam a avolumar-se, mesmo
quando se justifica o comentário do também ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso que não teve qualquer dúvida em afirmar que a «Nomeação
de Lula da Silva para ministro é "um erro"».
Quando toda esta
agitação ainda está em fase de enchimento e mesmo concordando que a «Nomeação
de Lula da Silva revela "imoralidade" e "desespero"» do
operário-presidente que cumpriu em boa parte a promessa de mudar para melhor o
Brasil, não é menos certo que parecem insuficientes os argumentos para o “impeachment” da presidente Dilma Roussef
(não existe prova do seu envolvimento em casos de corrupção) e o próprio papel
da Justiça brasileira pode ser questionado, não tanto porque o «Juiz
que suspendeu nomeação de Lula participou em manifs contra Dilma» mas
principalmente por comentários públicos (via Facebook apelou «Ajude a derrubar a dilma e volte a viajar
para Miami e Orlando. Se ela cair o dólar cai junto») dum populismo barato,
básico e impróprio dum magistrado.
Com todo o
clima de contestação nas ruas, onde se sucedem as manifestações contra e a favor
de Dilma e Lula, quando se avizinha o debate sobre a destituição
de Dilma, um processo que arranca no pior momento e que bem podia dispensar
mais o rocambolesco episódio das sucessivas tomadas de posse e respectivas
suspensões judiciais, num espectáculo que, repita-se, não dignifica nem o poder
executivo nem o judicial num país que atravessa uma cada vez mais evidente
crise de crescimento económico, mas cujo «Carnaval
político põe mercados a sambar»...
Sem comentários:
Enviar um comentário