sábado, 19 de março de 2016

OS BRASILEIROS SÃO MUITO IMAGINATIVOS

Depois do escândalo Petrobras e com o avolumar de notícias sobre o envolvimento do ex-presidente Lula da Silva no escândalo Lava-Jato (investigação sobre subornos que envolve empresas e membros dos principais partidos) a ponto de se ter anunciado que a «Procuradoria de São Paulo acusa Lula da Silva de lavagem de dinheiro».

Sabendo-se que a «Justiça brasileira pede prisão preventiva de Lula da Silva» de pronto começaram a circular rumores da sua nomeação para o governo, como forma de garantir a sua imunidade.


Perante a informação de que «Há indícios “significativos” contra Lula da Silva» foi natural a reacção onde «Milhões de brasileiros pedem impugnação de Dilma Roussef e prisão de Lula da Silva»; houve confrontos entre críticos e apoiantes permitindo assim que «Lula denuncia "actos injustificáveis de violência" e pede justiça "para todos"», mas as dúvidas continuam a avolumar-se, mesmo quando se justifica o comentário do também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que não teve qualquer dúvida em afirmar que a «Nomeação de Lula da Silva para ministro é "um erro"».

Quando toda esta agitação ainda está em fase de enchimento e mesmo concordando que a «Nomeação de Lula da Silva revela "imoralidade" e "desespero"» do operário-presidente que cumpriu em boa parte a promessa de mudar para melhor o Brasil, não é menos certo que parecem insuficientes os argumentos para o “impeachment” da presidente Dilma Roussef (não existe prova do seu envolvimento em casos de corrupção) e o próprio papel da Justiça brasileira pode ser questionado, não tanto porque o «Juiz que suspendeu nomeação de Lula participou em manifs contra Dilma» mas principalmente por comentários públicos (via Facebook apelou «Ajude a derrubar a dilma e volte a viajar para Miami e Orlando. Se ela cair o dólar cai junto») dum populismo barato, básico e impróprio dum magistrado.

Com todo o clima de contestação nas ruas, onde se sucedem as manifestações contra e a favor de Dilma e Lula, quando se avizinha o debate sobre a destituição de Dilma, um processo que arranca no pior momento e que bem podia dispensar mais o rocambolesco episódio das sucessivas tomadas de posse e respectivas suspensões judiciais, num espectáculo que, repita-se, não dignifica nem o poder executivo nem o judicial num país que atravessa uma cada vez mais evidente crise de crescimento económico, mas cujo «Carnaval político põe mercados a sambar»...

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