Esta semana
voltou a falar-se de demografia a propósito da divulgação das últimas estimativas do
Eurostat, segundo as
quais «Portugal
tem a mais baixa taxa de fertilidade da União Europeia».
Embora estes
dados se refiram a 2014, o mais preocupante é que revelam que fomos o país que registou
a maior quebra na taxa de fertilidade entre 2001 e 2014; claro que a crise terá
tido o seu contributo e em especial no que respeitou á degradação das condições
de vida dos mais jovens, bem traduzido no facto da idade média de nascimento do
primeiro filho ser 29,2 anos para as portuguesas.
Agora que também
no capítulo demográfico se começam a verificar os resultados das políticas económicas
de natureza ordoliberal que reduziram ou destruíram estruturas de apoio social,
é cada vez mais urgente lançar o debate em torno da escolha do futuro. A este
ritmo teremos a breve trecho uma sociedade irreversivelmente envelhecida e
insustentável (até do simples ponto de vista existencial) cujos actuais
dirigentes recusam ver a realidade – a qual, lembre-se,continua a ser aquela
onde «Em
dois meses houve 83 empresas a fazer despedimentos colectivos» – que
poderiam ajudar a inverter com o relançamento de políticas orientadas para as
pessoas, abrindo, por exemplo, um debate sério e construtivo sobre um novo
modelo de organização do trabalho e a questão do rendimento básico (ver o “post”
homónimo).
Na sua
ausência e quando estes preocupantes resultados se estendem à generalidade dos membros
da UE, aumentando a urgência na procura uma solução rápida, será que os líderes
europeus esperam que a vaga de imigrantes, originários de países com outras
culturas, seja suficiente para inverter esta tendência?
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