quarta-feira, 16 de março de 2016

PROBLEMAS ANTIGOS, SOLUÇÕES NOVAS

Esta semana voltou a falar-se de demografia a propósito da divulgação das últimas estimativas do Eurostat, segundo as quais «Portugal tem a mais baixa taxa de fertilidade da União Europeia».


Embora estes dados se refiram a 2014, o mais preocupante é que revelam que fomos o país que registou a maior quebra na taxa de fertilidade entre 2001 e 2014; claro que a crise terá tido o seu contributo e em especial no que respeitou á degradação das condições de vida dos mais jovens, bem traduzido no facto da idade média de nascimento do primeiro filho ser 29,2 anos para as portuguesas.

Agora que também no capítulo demográfico se começam a verificar os resultados das políticas económicas de natureza ordoliberal que reduziram ou destruíram estruturas de apoio social, é cada vez mais urgente lançar o debate em torno da escolha do futuro. A este ritmo teremos a breve trecho uma sociedade irreversivelmente envelhecida e insustentável (até do simples ponto de vista existencial) cujos actuais dirigentes recusam ver a realidade – a qual, lembre-se,continua a ser aquela onde «Em dois meses houve 83 empresas a fazer despedimentos colectivos» – que poderiam ajudar a inverter com o relançamento de políticas orientadas para as pessoas, abrindo, por exemplo, um debate sério e construtivo sobre um novo modelo de organização do trabalho e a questão do rendimento básico (ver o “post” homónimo).

Na sua ausência e quando estes preocupantes resultados se estendem à generalidade dos membros da UE, aumentando a urgência na procura uma solução rápida, será que os líderes europeus esperam que a vaga de imigrantes, originários de países com outras culturas, seja suficiente para inverter esta tendência?

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