A crer nos
meios de comunicação nacional a semana que agora termina teria ficado marcada
pela tomada de posse do novo Presidente República e pela era de esperança que
prometeu abrir – se é que é isso que pretendeu ao afirmar que «"Temos
de cicatrizar feridas destes tão longos anos de sacrifícios"» –, mas por
mim prefiro destacar a evidente diferença de actuação entre o actual e o
anterior governo no que respeita ao relacionamento com Bruxelas.
No início da
semana o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre
Moscovici, fez saber que era convicção da Comissão Europeia que, relativamente
ao OGE em vias de aprovação, as medidas
adicionais “têm de ser implementadas”, relançando a esperança de quem ainda
espera ver alterado aquele OGE e o descrédito sobre o governo de António Costa.
Perante a
reafirmação vinda de Bruxelas de que «Medidas
orçamentais adicionais são mesmo para ser implementadas» e que Pierre «Moscovici
vem a Lisboa discutir plano B com Costa e Centeno», António Costa manteve a
mesma linha de discurso reafirmando que «Nada
indica que sejam necessárias medidas adicionais» ou «Costa
insiste que "não há nenhum plano B"» e no final da visita o
comissário lá teve que admitir que Bruxelas
não interfere nas decisões do Governo, apenas dá conselhos...
Mesmo que nada
disto garanta o bom rumo da execução orçamental – alguém se recorda do último
orçamento que não teve rectificativos ou cumpriu o que nele se projectava –
sempre ressalta a clara diferença de postura entre quem se submete caninamente
aos ditames dos “poderosos”, ou quem tenta fazer valer as suas ideias e os seus
princípios.
Não estou
seguro se, como garantia o EXPRESSO, Marcelo
Rebelo de Sousa vai ser o anti-Cavaco, mas ao que tudo indica Costa está a
conseguir ser um anti-Passos Coelho!
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